Motorista de acidente da Unesul na ERS 030 contesta laudo da perícia
Jeferson Padilha da Silva negou que estava em alta velocidade no momento que ônibus tombou
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O motorista do ônibus da Unesul no acidente na ERS 030, em Glorinha, que causou a morte de oito pessoas em janeiro, Jeferson Padilha da Silva, de 38 anos, prestou depoimento na tarde desta quarta-feira na Delegacia de Polícia de Homicídios de Gravataí. Ele voltou a negar que estava em alta velocidade e contestou o laudo da perícia, que apontou que o veículo estava a 102 km/h no momento do tombamento.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Anderson Spier, o motorista estava nervoso no momento do depoimento. Jeferson da Silva disse que sempre manteve o ônibus entre 60 km/h e 65 km/h, diferente do que apontaram o tacógrafo e a perícia.
O delegado contou ainda que questionou Jeferson sobre uma elevação na velocidade do ônibus, que em uma descida esteve a 97 km/h, de acordo com o tacógrafo, um pouco antes do acidente. O motorista afirmou não lembrar disso. Ele chegou a dizer que possa ter sido em uma ultrapassagem ou então um erro do medidor de velocidade.
Diferente do primeiro depoimento, dado logo após o acidente, Jeferson não citou um problema técnico como possível causa do tombamento do veículo – a perícia feita descartou isso. O motorista contou apenas que sentiu o ônibus virando na curva e não conseguiu fazer nada para evitar o tombamento.
O inquérito do caso ainda não tem data para ser encerrado. O delegado Anderson Spier já ouviu 45 pessoas entre passageiros e pessoas que prestaram socorro, mas ainda aguarda por laudos do Instituto Médico Legal (IML) sobre as oito vitimas fatais do acidente. Além disso, Spier pretende ouvir os sete feridos que ainda estão internados. Jeferson Padilha da Silva seguirá em liberdade até o fim do inquérito.
