Motoristas de aplicativos relatam aumento no movimento, mas ainda longe do ideal

Motoristas de aplicativos relatam aumento no movimento, mas ainda longe do ideal

Por conta das restrições vigentes, em especial com relação às aulas, o fluxo ainda é bem diferente do observado até o final de 2019

Jessica Hübler

No Estado haverá mobilizações em Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Caxias do Sul

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O movimento no transporte individual de passageiros está melhor, mas ainda longe do que se apresentava antes da pandemia. A afirmação é do presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos do Rio Grande do Sul (Alma-RS), Joe Moraes. Segundo ele, desde junho o fluxo de passageiros vem aumentando lenta e gradativamente mas principalmente por conta das restrições vigentes, em especial com relação às aulas, o fluxo ainda é bem diferente do observado até o final de 2019.

“Mesmo tendo voltado boa parte do movimento, está longe de ser como antes. Está aumentando devagar, mas começamos a perceber uma retomada sim”, declara. Conforme Moraes, apesar de a movimentação estar apresentando sinais de recuperação, os ganhos ainda são considerados baixos, principalmente pelo aumento do número de motoristas. “Muitos estão iniciando por conta das dificuldades e do desemprego, então o movimento tem se mantido razoável, mas longe de ser o ideal”, diz.

A boa notícia é que com um fluxo maior de passageiros, muitos motoristas que precisaram devolver veículos alugados em meados de abril e maio, por exemplo, já conseguiram voltar ao trabalho, principalmente aproveitando descontos de locadoras. “É um novo normal, estamos começando a nos adaptar, mas tão cedo não vamos recuperar, nem o número de passageiros, nem o de motoristas”, declara.  Sobre a atuação das empresas dos aplicativos, Moraes reitera que não houve nenhum incentivo financeiro ou qualquer desconto sobre o percentual que os motoristas devem repassar para cada empresa. 

O único “auxílio”, de acordo com ele, tem sido a sanitização frequente e gratuita dos veículos. As proteções de acrílico que foram colocadas nos carros precisaram ser pagas pelos motoristas às empresas e muitos deles inclusive fizeram a instalação por conta própria, onde encontraram valores mais acessíveis.  “Não tivemos mais nada, os valores de repasse continuam os mesmos”, assinala, reforçando que a expectativa da categoria é que, principalmente com a volta às aulas, o movimento volte a ser pelo menos próximo ao registrado antes da pandemia.

Aplicativos falam em apoio aos motoristas durante a pandemia

A Uber informou que implementou "uma série de iniciativas para apoiar quem decide dirigir com o aplicativo nesse período de isolamento, como a possibilidade de atender chamadas do Uber Eats e uma nova categoria de viagens, Uber Flash, para entrega de documentos e pacotes". Além disso, a empresa informou que "desde o começo da pandemia, a Uber já investiu R$ 50 milhões no Brasil em medidas de segurança e apoio. Foram R$ 11 milhões no programa de assistência financeira para os parceiros com a Covid-19 e R$ 8 milhões em reembolso de máscaras e álcool em gel, por exemplo".

Da mesma forma, a Cabify informou que também ofereceu a possibilidade para os motoristas parceiros trabalharem na categoria "entrega", fazendo viagens com a entrega de objetos. Além disso, a empresa informou que instalou película de isolamento veicular e distribuiu de kits de segurança com máscara e  álcool em gel. "Os motoristas parceiros da Cabify mais engajados na nossa plataforma tiveram  a instalação gratuita da película de isolamento e receberam os kits para terem uma viagem segura". E a Cabify também afirmou que orienta constantemente os parceiros sobre o novo coronavírus, de acordo com as autoridades sanitárias.

A 99 disse que também implementou ações com foco na prevenção, além de sanitização gratuita dos carros dos motoristas parceiros do aplicativo. Além disso, informou que distribuiu máscaras laváveis, álcool em gel e escudos de proteção para os parceiros. A empresa também informou que criou um fundo para ajudar motoristas diagnosticados com a Covid-19 e também os afastados por recomendação médica em razão da doença. 


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