Moulin Rouge encerra polêmico espetáculo com serpentes
Pressões de uma associação de defesa dos animais influenciaram a decisão do estabelecimento
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O Moulin Rouge vai parar de usar serpentes de espécies protegidas em seu espetáculo a partir desta terça-feira (9), diante das pressões de uma associação de defesa dos animais, anunciou o famoso cabaré parisiense.
A direção "anuncia o fim definitivo do número com serpentes a partir de hoje, terça-feira, 9 de maio de 2023, e antecipa assim o seu compromisso", indicou o estabelecimento em um breve comunicado, sem oferecer mais detalhes à AFP.
Na última sexta-feira, em um artigo do jornal Le Parisien, o Moulin Rouge havia informado que encerraria "a apresentação de animais no palco [...] em 2024".
Nesta quarta-feira, estava prevista uma manifestação em frente ao cabaré pela associação de proteção animal Paris Animaux Zoopolis, que também pretendia "apresentar uma denúncia de maus-tratos aos animais".
"É um avanço histórico" na França, declarou a cofundadora do grupo, Amandine Sanvisens.
Neste espetáculo diário, uma bailarina entra em um cubo transparente com água e manipula grandes serpentes da espécie píton, que tentam manter suas cabeças fora d'água.
As duas espécies usadas "são protegidas", além de serem "terrestres" e não aquáticas, lamentou a Prefeitura de Paris no início de março, pedindo à casa de shows que deixasse "de utilizar animais silvestres" em seus espetáculos.
O Moulin Rouge prometeu então encerrar o número, mas sem estabelecer uma data para o fim das apresentações.
O estabelecimento destacou que já havia comunicado sua decisão a duas deputadas encarregadas de verificar a aplicação da lei de 30 de novembro de 2021 contra o abuso de animais.
Essa lei reforça a supervisão de espetáculos com animais silvestres em boates e programas de televisão, mas não faz nenhuma referência aos cabarés.