MST decide desocupar fazenda em Tapes pacificamente

MST decide desocupar fazenda em Tapes pacificamente

Brigada Militar foi acionada para garantir reintegração de posse

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Deslocamento do grupo começou às 10h

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O grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) decidiu deixar pacificamente, na manhã desta quarta-feira, a fazenda ocupada em Tapes, no Centro Sul do Estado, desde o último dia 16. A Brigada Militar (BM) chegou cedo ao local para garantir o cumprimento da reintegração de posse obtida na Justiça. De acordo com o subcomandante da Brigada Militar (BM), Paulo Moacyr Stocker, o grupo deve deixar a propriedade ao longo da manhã e até o começo da tarde a área já deve estar liberada.

"Nós estávamos preparados para qualquer tipo de resistência ou para a saída pacífica. Graças a Deus, as coisas estão acontecendo de forma tranquila. O diálogo sempre foi colocado em primeiro lugar e acredito que até o final desta manhã toda área já deve estar desocupada. Depois, vamos acompanhar o deslocamento do grupo", disse Stocker em entrevista coletiva.

Os integrantes do MST já organizaram os seus pertences para deixar a fazenda e pediram duas horas para desmontar o acampamento. Após a entrega da notificação, o grupo deve sair da região em marcha por volta das 10h. Está prevista, porém, a ocupação de outra propriedade. A liderança do movimento, no entanto, não informou a localização da área.

O representante do movimento Cedenir de Oliveira conversou com a imprensa e disse que a reintegração de posse não representa uma derrota do MST. "A mobilização continua e nós seguiremos firmes e de cabeça erguida. Não temos razão para nos esconder. Nós formamos um movimento que tem CPF e RG. Tentamos um acordo para permanecer aqui até a próxima segunda-feira, mas não houve sensibilidade do Judiciário", explicou.

Mais de 450 soldados envolvidos

Ao todo, 460 homens, 60 cavalos e um helicóptero são utilizados na operação. Além disso, o Conselho Tutelar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram mobilizados. A BM atuou em apoio ao oficial de justiça, tendo em vista o cumprimento da determinação de reintegração de posse.

Com 7,2 mil hectares, a fazenda Guerra foi ocupada por cerca de 1,5 mil integrantes do MST, que permaneceram no local durante as últimas duas semanas. A coordenação do movimento afirmou que os atuais proprietários da fazenda cometem crime ambiental no local, com a plantação de pinus e eucaliptos nas margens da Lagoa dos Patos. A utilização da área para monocultura é outro fator pelo qual os sem-terra estavam exigindo a desapropriação da fazenda.

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