MST decide desocupar fazenda em Tapes pacificamente
Brigada Militar foi acionada para garantir reintegração de posse
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"Nós estávamos preparados para qualquer tipo de resistência ou para a saída pacífica. Graças a Deus, as coisas estão acontecendo de forma tranquila. O diálogo sempre foi colocado em primeiro lugar e acredito que até o final desta manhã toda área já deve estar desocupada. Depois, vamos acompanhar o deslocamento do grupo", disse Stocker em entrevista coletiva.
Os integrantes do MST já organizaram os seus pertences para deixar a fazenda e pediram duas horas para desmontar o acampamento. Após a entrega da notificação, o grupo deve sair da região em marcha por volta das 10h. Está prevista, porém, a ocupação de outra propriedade. A liderança do movimento, no entanto, não informou a localização da área.
O representante do movimento Cedenir de Oliveira conversou com a imprensa e disse que a reintegração de posse não representa uma derrota do MST. "A mobilização continua e nós seguiremos firmes e de cabeça erguida. Não temos razão para nos esconder. Nós formamos um movimento que tem CPF e RG. Tentamos um acordo para permanecer aqui até a próxima segunda-feira, mas não houve sensibilidade do Judiciário", explicou.
Mais de 450 soldados envolvidos
Ao todo, 460 homens, 60 cavalos e um helicóptero são utilizados na operação. Além disso, o Conselho Tutelar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram mobilizados. A BM atuou em apoio ao oficial de justiça, tendo em vista o cumprimento da determinação de reintegração de posse.
Com 7,2 mil hectares, a fazenda Guerra foi ocupada por cerca de 1,5 mil integrantes do MST, que permaneceram no local durante as últimas duas semanas. A coordenação do movimento afirmou que os atuais proprietários da fazenda cometem crime ambiental no local, com a plantação de pinus e eucaliptos nas margens da Lagoa dos Patos. A utilização da área para monocultura é outro fator pelo qual os sem-terra estavam exigindo a desapropriação da fazenda.