MST libera BR 293, em Hulha Negra, mas o protesto segue

MST libera BR 293, em Hulha Negra, mas o protesto segue

Trabalhadores rurais criticam a falta de auxílio aos municípios atingidos pela seca

Jossicar Saraiva / Correio do Povo

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) liberaram, no começo da tarde desta terça-feira, o km 160 da BR 293, no acesso a Hulha Negra, na região Sul do Estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o protesto, que iniciou por volta das 10h50min, concentra-se agora nas margens da rodovia. Cerca de 700 trabalhadores rurais de assentamentos estão acampados e devem permanecer no local por tempo indeterminado.

Conforme Lourenço Silva de Souza, assentado em Piratini e membro da coordenação estadual do MST, os manifestantes querem a adoção de uma Política de Desenvolvimento para a Metade Sul capaz de satisfazer as necessidades da região. Ele lembra que, nos últimos 10 anos, a área enfrentou sete secas devastadoras, reduzindo sensivelmente a produção agrícola e as reservas da água para os animais e consumo humano.

Os produtores reivindicam a criação de um programa de irrigação e de captação de água capaz de atender as suas necessidades. Mas as exigências não ficam por aí: eles também querem que a distribuição de cestas básicas seja substituída por salários mínimos mensais para cada família e enquanto durar o período da estiagem, assim como a anistia de R$ 15 mil nos valores das suas dívidas, mais o adiamento de 15 anos, com três anos de carência.

Participam da mobilização produtores de Piratini, Pinheiro Machado, Herval, Pedras Altas, Arroio Grande, Manoel Viana, Livramento, Hulha Negra, Aceguá e Candiota. Eles pretendem manter o movimento, que consiste do bloqueio da pista por períodos de uma hora, em horários alternados, até que as autoridades garantam medidas eficientes de enfrentamento dos problemas atuais.

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