MST mantém ocupações no RS apesar de ordem de despejo
Justiça encaminhou ofício à Secretaria de Segurança pedindo que tropa de choque da BM atue em Sananduva
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Em abril, o Piratini , depois de um acordo com a União, se comprometeu a acomodar as pessoas acampadas no Rio Grande do Sul. Na reunião realizada ontem, quando o Incra apresentou ações em andamento para obtenção de áreas, não houve avanços.
O prazo para que os colonos deixassem a propriedade em Sananduva venceu no início da tarde de ontem. No entanto, a posição do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é de manter as 250 pessoas no local. Entre os acampados estão 53 crianças, sendo que 31 em idade escolar. A Secretaria de Educação do município já inscreveu as crianças nas escolas da cidade e, hoje à tarde, será definido o meio de transporte para que os alunos possam frequentar as aulas a partir de segunda-feira.
De acordo com integrante do MST no local José Machado, o proprietário da fazenda negocia a área com o Incra e um levantamento de dados do local deve ser realizado na segunda-feira. Por isso, os colonos não acreditam em uma retirada forçada das famílias hoje ou no fim de semana. No entanto, o judiciário encaminhou ofício à Secretaria de Segurança Pública solicitando que a Tropa de Choque da Brigada Militar providencie a desocupação imediata. A fazenda já foi invadida no ano passado e os colonos foram retirados do local depois de pedido de reintegração de posse.
Em Viamão, o MST dá início ao plantio da área e nenhuma movimentação da Brigada Militar aconteceu na manhã de hoje. Em Vacaria, mais de 500 pequenos agricultores também devem manter a ocupação de uma área de 400 hectares de terra próximo a BR 285, a um quilômetro da entrada da cidade. O local, que é público, foi destinado pelo governo para pesquisa e experimentos de plantas.