MST planeja construir casas em área invadida em Tapes
Brigada Militar reúne efetivo para efetivar reintegração de posse
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O Tribunal de Justiça (TJ) informou que nessa situação, mesmo tendo sido autorizado o uso da força pública para reintegração compulsória, é necessário esperar a reunião de grande efetivo policial. O objetivo é manter a segurança e, por isso, pode-se aguardar o planejamento e a estratégia.
O diretor da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e presidente da comissão estadual de Assuntos Fundiários, Paulo Ricardo de Souza Dias, disse que a entidade aguarda o cumprimento da decisão judicial. “Sabemos que existe uma conjuntura e necessidade de organização logística”, explicou. Contudo, declarou que a situação não pode perdurar. “Se os invasores não querem sair de forma pacífica, o estado, através da Brigrada Militar, tem que agir. Temos tradição de mobilização do produtor e esperamos não chegar a esse ponto”, salienta.
Na próxima semana, o assunto deve ser um dos debatidos em assembleia da entidade. Dias contou que esteve na propriedade em Tapes no feriado, junto com integrantes da comissão. “A área é comprovadamente produtiva. Tem soja e pinos. Existe aversão ao florestamento, que é de cunho ideológico, não tem nada a ver com produtividade”, alegou. Conforme ele, pelo menos três madeireiras usam a madeira da fazenda. O diretor afirmou que o MST defende a plantação de alimentos, mas isso não justifica a invasão de propriedade. “Não se come madeira, mas ela desenvolve a cadeia produtiva que gera muito trabalho. Ainda ajuda a combater a destruição de mata nativa”, disse. Ele avaliou que existam menos pessoas nas terras do que o MST informa. Na opinião dele, não chegam a 500 pessoas no local.
Dias ainda mencionou que não tem informação sobre a possibilidade de crime ambiental na área. “Isso também não justificaria, porque o MST não é órgão competente para avaliar, julgar, nem determinar sentença. Não conheço a propriedade inteiramente . Não sei se há crime ambiental. Se por acaso houvesse, a invasão não é o caminho, ou a punição. Não tem nada na legislação que proíba a plantação de pinos”, alegou.
O MST deve continuar com manifestações durante o chamado Abril Vermelho, mas não divulgou quais serão os próximos atos. O movimento deve se reunir com o Incra para pedir avaliação do caso.