MTST ocupa terreno vazio na zona Norte de Porto Alegre
Cerca de 300 famílias se instalaram em uma área no bairro Sarandi
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De acordo com o integrante da coordenação do MTST, Eduardo Osório, as famílias são de comunidades da zona Norte da Capital em situação de abandono público e ameaça de remoção forçada. “A região reflete a dinâmica do aumento da moradia precária na cidade. Hoje existem mais de 4 mil moradias em situação precária, com mais de 14 mil pessoas residindo em favelas e que há anos enfrentam uma realidade grave de violação de direitos humanos pela prefeitura”, afirmou e citou, como exemplo, a situação com as famílias que moram na Ocupação Progresso e nas vilas Nazaré e Dique.
Segundo o Departamento Municipal de Habitação (Demhab), "o déficit habitacional em Porto Alegre está estimado em 50 mil unidades e há 38 mil em fase de regularização. A prefeitura tem plano e ações para a redução do déficit habitacional. Infelizmente, esbarramos em grandes limitações de recursos federais, em função do atual cenário econômico. A política habitacional depende fundamentalmente de recursos do FGTS e do orçamento geral da União, fortemente reduzidos pela crise financeira".
O texto diz ainda que "o êxodo para grandes centros urbanos e a ausência de transporte de massa faz com que as populações queiram se instalar próximas de zonas de maior oferta de emprego e de serviços. Alterações na legislação de regularização fundiária, e parcerias, devem amenizar as dificuldades até o retorno do crescimento".
Setembro de Lutas
A ocupação do MTST RS integra o Setembro de Lutas por Moradia e Direitos, inaugurado pelo movimento com uma ocupação na madrugada do dia 2 de setembro, com 500 famílias de sem teto, em São Bernardo do Campo, que hoje já conta com 3 mil famílias acampadas.