Mudança de sexo demora até 10 anos no Brasil
Procedimentos para adequação do corpo passaram a ser oferecidos pelo SUS em 2008
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No dia da 20.ª Parada LGBT, que ocorre neste sábado em São Paulo, o jornal O Estado de S. Paulo conta a história de mulheres transexuais que sentiram necessidade de fazer o procedimento e enfrentaram, em algum momento da vida, o drama da espera no SUS. Neste ano, os 17 trios da edição da Parada desfilarão na avenida Paulista, a partir das 10h, pela defesa dos direitos de homens e mulheres transexuais e pela aprovação da lei de identidade de gênero.
Bem antes de encarar a fila do SUS, Walleria conta que enfrentou crises de depressão entre a infância e a vida adulta. Foi somente aos 34 anos que conseguiu fazer a transformação: comprou roupas femininas e jogou fora todas as masculinas do armário: "Apesar do medo, da vergonha e da culpa que eu sentia no começo, estar finalmente vivenciando uma existência feminina foi tão libertador, tão compatível com meus desejos, sentimentos e instintos, que não tive mais dúvida sobre minha natureza. Realmente, eu tinha nascido mulher com corpo de homem".
Os procedimentos para adequação do corpo de quem não se identifica com o sexo biológico passaram a ser oferecidos pelo SUS em 2008, mas até hoje só são feitos em cinco Estados e em uma escala muito menor do que a demanda.