Mulher diz ter sofrido violência sexual na casa do embaixador da Nigéria

Mulher diz ter sofrido violência sexual na casa do embaixador da Nigéria

Vítima de 32 anos acusa funcionário de tê-la espancado

Agência Brasil

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A Polícia Civil de Brasília investiga a denúncia da nigeriana Nkiruka Paciota Ownegbuna, de 32 anos, que disse ter sido espancada e violentada por um pastor nigeriano, na residência oficial do embaixador da Nigéria no Brasil. As agressões ocorrem desde junho, segundo a vítima. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, e a Embaixada da Nigéria foram comunicados sobre a denúncia.

O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou à Agência Brasil que o pastor nigeriano não tem imunidade diplomática e pode ser submetido à ação policial como qualquer outro estrangeiro que more em território brasileiro.

O delegado da 10ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, Willei Salomão, disse que, inicialmente, o pastor pode ser denunciado por lesão corporal. A pena para esse tipo de crime varia de três meses a um ano de detenção.

Segundo ele, a nigeriana prestou queixa na delegacia no sábado e apresentava sinais de espancamento no rosto. De acordo com o delegado, a nigeriana contou ter sido forçada a ter relações sexuais com o pastor nigeriano por duas ocasiões, em junho. O laudo da perícia médica sobre a denúncia de estupro, feito pelo Instituto Médico-Legal (IML), deve ser concluído até esta quarta-feira.

A nigeriana morava de favor na casa do embaixador Goodluck Ebele Jonathan, há alguns meses com a filha. Segundo ela, foi convidada a ficar no local pela mulher dele. De acordo com o relato feito por ela na delegacia, o pastor que a agrediu também mora na residência com a mulher e os filhos. A Embaixada da Nigéria no Brasil não se manifestou sobre o caso.

Em abril deste ano, um diplomata iraniano, de 51 anos, foi acusado de ter assediado sexualmente crianças e adolescentes de 9 a 14 anos em uma piscina de um clube, no bairro da Asa Sul, área nobre da cidade. O caso gerou um desconforto diplomático entre Brasil e Irã. A Embaixada do Irã no Brasil alegou diferenças culturais sobre a interpretação das denúncias e retirou o diplomata do país.

O governo brasileiro cobrou providências do Irã. As autoridades iranianas informaram que o diplomata foi demitido do serviço público do país e negou diferenças culturais relativas ao episódio. De acordo com a Convenção de Viena, um diplomata não pode ser processado ou preso no Brasil. Mas pode sofrer punições no Brasil se o país de origem retirar a imunidade diplomática ou se ele for declarado persona non grata pelo governo brasileiro, sendo expulso. No entanto, o diplomata não está isento de ser alvo de processo em sua terra natal.

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