Mulher morre após tentar parto humanizado por 48 horas no interior paulista

Mulher morre após tentar parto humanizado por 48 horas no interior paulista

Especialista em Saúde da Mulher, Mariana Machado não resistiu a complicações

AE

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A professora de enfermagem da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Mariana de Oliveira Fonseca Machado, de 30 anos, morreu na terça-feira, após tentar fazer um parto humanizado em sua casa, em São Carlos, no interior de São Paulo. Mariana, especialista em Saúde da Mulher e vice coordenadora do curso de enfermagem da universidade, queria ter o filho em casa e tentou por 48 horas dar à luz.

Ela contratou uma doula (parteira) e não conseguiu, apresentando dificuldades e necessitando de internação na Casa de Saúde e Maternidade de São Carlos, onde passou por uma cesariana. A criança, uma menina, nasceu saudável, no dia 11 de julho.

A professora não conseguiu se recuperar e, por causa da gravidade de suas condições clínicas após a cirurgia, teve de ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde. Dias depois, com o agravamento de seu estado de saúde, seu marido, um médico anestesista, pediu a transferência para o Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto. Segundo o HB, ela deu entrada "em estado muito grave" em 18 de julho, e morreu na última terça-feira.

O HB informou que a família não permitiu divulgar a situação clínica da paciente, cujo estado de saúde foi deteriorando no decorrer dos dias de internação. A causa da morte será confirmada em 60 dias após a conclusão dos exames de necropsia pelo Instituto Médico Legal (IML) de São José do Rio Preto, para onde o corpo foi levado.

Mariana foi enterrada na cidade de Patrocínio, no interior de Minas Gerais, onde moram seus familiares, que não quiseram falar sobre o caso.

Como a família não permitiu que os hospitais divulgassem dados do atendimento de Mariana, a natureza e a causa das complicações não foram reveladas, assim como o nome da parteira que a acompanhou. No entanto, já se sabe que ela teria sofrido uma parada cardiorrespiratória.

A Casa de Saúde divulgou nota afirmando que o parto foi realizado "sem nenhuma intercorrência". "No entanto, no processo pós-cirúrgico, devido ao quadro clínico da paciente, foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva -UTI Adultos", onde permaneceu internada até dia 18, "quando foi transferida, a pedido da família, para o Hospital de Base de São José do Rio Preto". A universidade onde Mariana atuava tambpem divulgou nota. 

O caso de Mariana se assemelha ao da fotógrafa australiana Caroline Lovell, 36 anos, defensora do parto domiciliar, que morreu após o nascimento de sua segunda filha, em sua casa, em Melbourne, na Austrália. Caroline, que estava na companhia de parteiras, também chegou a ser levada para o hospital e, assim como Mariana, não resistiu. A filha de Caroline, nasceu saudável.

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