Mulheres indígenas protestam em Brasília contra o marco temporal

Mulheres indígenas protestam em Brasília contra o marco temporal

Movimento segue para a W3 Sul depois de ter sido cancelado por conta da tensão e presença de bolsonaristas na Esplanada 

R7

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A 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas retoma os protestos e segue, na manhã desta sexta-feira, para a W3, em direção à Praça do Compromisso, onde o índio Galdino Jesus dos Santos foi assassinado há 24 anos.

Cerca de 5 mil mulheres indígenas de 172 povos participam do evento que começou no dia 7 e vai até amanhã, 11 de setembro. O movimento defende direitos e reivindicam a demarcação de novas reservas indígenas e se opõem às propostas políticas de liberar a mineração em seus territórios e de flexibilizar as normas de licenciamento ambiental em todo o país. Além disso, os atos discutem a violência contra os povos indígenas como um todo e a violência de gênero que acomete mulheres indígenas.

Em cima do carro de som, a líder indígena Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), discursou. "Somos contra a mineração, o Projeto de Lei 191 que querem aprovar a qualquer momento e contra o PL 490 pelo o qual abrem a porteira para a grilagem".

"Estamos aqui para dizer não ao agronegócio que quer destruir nossas aldeias e nossos povos", completou Guajajara, que foi a primeira mulher indígena a concorrer numa chapa à presidência da República, em 2018. 

Emocionada a sobrinha de Galdino, Clarisse Rezende, lembrou a morte do tio. "Ato de covardia queimar vivo um ser humano, um índio que veio em busca de nossos direitos. Sabemos que ele morreu lutando e estamos aqui para dar continuidade ao que ele veio buscar. Demarcação já e marco temporal não", defendeu

A marcha, que estava prevista para acontecer na Praça dos Três Poderes, foi cancelada, na última quinta (9), devido à tensão presente em Brasília por conta das manifestações do 7 de Setembro. A presença de manifestantes bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios gerou insegurança na realização do movimento indígena.

Acampadas em Brasília, as mulheres indígenas deram sequência à mobilização contra o marco temporal que ocorreu, em agosto, durante toda a semana na qual ocorreu o julgamento do STF sobre demarcação de terras indígenas. 


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