Município gaúcho quer preservar área verde com 15,85 hectares

Município gaúcho quer preservar área verde com 15,85 hectares

Projeto de Parque Natural de Vera Cruz esbarra na legislação ambiental

Otto Tesche

Local considerado pulmão verde da cidade sofre com situações como depósito de lixo que ameaçam fauna e flora

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Pássaros e outras espécies que vivem em uma área verde a poucas quadras do Centro de Vera Cruz correm risco, diante dos desafios para a preservação do local. O projeto para consolidar o Parque Natural Municipal há 12 anos esbarra na burocracia dos critérios legais da área ambiental do Estado. O município deixou de receber R$ 300 mil empenhados para a estruturação do espaço, valor procedente das medidas compensatórias pelos danos ambientais na construção do eixo Norte da RSC 471, hoje RSC 153, que corta a cidade. Os recursos foram realocados para o Parque Estadual da Quarta Colônia, em Agudo e Ibarama, e depois, conforme informação obtida pelo Ministério Público, transferidos para Alegrete.

Uma mostra do crescimento no interesse pela preservação da área com 15,85 hectares ocorreu sexta-feira na Câmara de Vereadores, em reunião com equipe da Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). A fim de viabilizar o enquadramento do projeto do parque nos critérios que determinaram em 2012 a exclusão da proposta das análises da Câmara Estadual de Compensação Ambiental, o município busca orientações para nova investida.

Na sexta, foi assinado convênio entre prefeitura e Universidade de Santa Cruz do Sul para atualizar o diagnóstico, prognóstico e projeto técnico de uso do parque. O trabalho tem seis meses para a conclusão, com investimento previsto em R$ 14.180,45, custeado pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente.

O coordenador do Departamento do Meio Ambiente de Vera Cruz, Ricardo Konzen, observou que o local tem depósito irregular de lixo, extração de madeira e invasão de vegetais exóticos, que colocam em risco fauna e flora. A realocação dos recursos para compensação em outra região parou no Ministério Público de Vera Cruz. A prefeita Rosane Petry encaminhou denúncia-crime após Konzen conferir o local de aplicação dos recursos na Quarta Colônia e obter a informação de que não houve a liberação das verbas.

A promotora Maria Fernanda Moreira questiona a compensação em outra região, pois o impacto ambiental ocorreu no Vale do Rio Pardo. O assessor técnico das Relações Institucionais da Sema, Valtemir Goldmeier, afirmou que o órgão será parceiro do município na busca por uma solução e prestará orientações.

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