Municipários de Porto Alegre decidem manter greve

Municipários de Porto Alegre decidem manter greve

Categoria insiste em abrir negociação com o prefeito Nelson Marchezan Júnior

Franceli Stefani

Municipários estão em greve há mais de 20 dias

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A greve dos municipários de Porto Alegre continua. Em assembleia na tarde desta quinta-feira, na Casa do Gaúcho, a categoria aprovou a continuidade da paralisação. O grupo pretende seguir com os pedidos de negociação com o líder do Executivo, Nelson Marchezan Júnior.

A agenda da paralisação inicia nesta sexta-feira, às 9 horas, com ato no Hospital de Pronto Socorro (HPS), na segunda-feira ocorre uma atividade no Paço Municipal, com caminhada até a Procempa. Na próxima terça-feira, dia 28, terá ato no Paço, às 9 horas, e às 14 horas nova assembleia geral.

Durante o evento, a professora lotada em uma instituição de ensino da Vila Cruzeiro, Anelise Riva, concordou com a sequência da greve, principalmente no momento eleitoral. É a hora em que ela se torna ainda mais significativa, em sua visão. “Nós estamos perdendo uma série de direitos, o prefeito articula junto ao Legislativo uma série de regimes de urgência e, sem pressão, não conseguiremos atingir nossos objetivos. Se parássemos agora não teríamos força para retomar a paralisação após o pleito”, opinou.

Anelise contou que há muitos colegas temerosos com o desenhar dos próximos dias, já que estão sendo vítimas de assédio. “Estão com receio da sua própria vida funcional, é muito delicado. Nós estamos lutando não apenas pela categoria, mas pela sociedade. Estamos ingressando em um Estado mínimo, as escolas estão ficando sem professores, é preocupante”, desabafou ela, que acompanhou toda a reunião na Casa do Gaúcho. Agente de serviço externo do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Jorge Delfino, também concorda com a sequência da greve. “Estamos perdendo muito, principalmente a nossa dignidade. Fizemos um concurso público para termos estabilidade, a qual estamos perdendo. Hoje não somos mais valorizados”, descreveu.

Segundo ele, no próprio setor em que atua há inúmeros servidores se aposentando e nenhum outro é chamado ou concurso público realizado. “Estamos aqui e seguiremos lutando pelos nossos direitos, falta pessoal em todos os níveis, do operário ao gestor. Alguma coisa precisa ser feita.”  

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