Municipários paralisados fazem caminhada em Porto Alegre

Municipários paralisados fazem caminhada em Porto Alegre

Categoria não conseguiu entregar carta de reivindicações para secretário de Educação

Wagner Machado / Correio do Povo

Dezenas de servidores municipais percorreram as ruas do Centro

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Pelo menos 32 escolas municipais tiveram as aulas canceladas ou reduzidas nesta terça-feira em razão da paralisação dos servidores da Capital, segundo a Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa). Depois de protestar em frente à prefeitura, cerca de 300 trabalhadores caminharam pelo Centro até a Secretaria Municipal de Educação (SMED) para entregar uma carta de reivindicações à secretária Cleci Jurach. No entanto, ela estava em reunião em outro local e não pode recebê-los. No último sábado, a categoria, que solicita reajuste salarial, também não conseguiu se reunir com a titular da pasta.

De acordo com a prefeitura, ainda não há dados sobre quantas das 96 instituições de ensino municipais foram prejudicadas com o movimento grevista. As aulas que não foram realizadas deverão ser recuperadas até o final do ano letivo, possivelmente no recesso de julho. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação informou que “a carga horária de 800 horas-aula e 200 dias letivos será cumprida”.

A diretora-geral da Atempa, Solange Correia, informou que 70% dos professores e monitores não trabalharam para protestar contra a falta de investimentos na educação. “Muitos colégios funcionaram somente com diretores e profissionais terceirizados. Nossa luta vai além da questão salarial, poia há a necessidade de debater a ausência de mais profissionais para atender os alunos especiais, por exemplo, além da falta de estrutura e acessibilidade”, avaliou.

Opinião semelhante à Atempa tem a professora da Escola Deputado Lidovino Fanton, Arine Cougo. Conforme elam o atendimento a alunos com necessidades especiais precisa de maior atenção. “Muitas salas têm 34 alunos e destes, pelo menos 4 possuem alguma síndrome. Fica complicado dar a atenção devida para eles sem prejudicar os outros. Com mais profissionais, o atendimento seria mais digno”, afirmou.

A vereadora Sofia Cavedon (PT), da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude da Câmara Municipal de Porto Alegre, defendeu melhores condições de trabalho aos monitores de escolas e reafirmou o direito dacategoria participar das eleições para diretor. Sofia também se manifestou a respeito da possibilidade de corte salarial para os trabalhadores, conforme anunciado pela prefeitura. “O governo tem o direito de cortar o ponto, mas será uma atitude precipitada que somente acirraria os ânimos, já que os professores possuem tradição de recuperar as aulas”, explicou.

Categoria reinvindica reajuste salarial, entre outras demandas / Foto: Vinicius Roratto

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