Mutirão do Cadastro Único atrai em Porto Alegre moradores dos bairros Humaitá e Navegantes

Mutirão do Cadastro Único atrai em Porto Alegre moradores dos bairros Humaitá e Navegantes

Pessoas formaram filas ainda na madrugada desta terça-feira para o atendimento

Felipe Samuel

Mesmo com tempo parcialmente nublado, muita gente chegou cedo para pegar as senhas

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O 7º Mutirão do Cadastro Único realizado nesta terça-feira atraiu moradores dos bairros Humaitá e Navegantes, na Zona Norte, que formaram filas ainda durante a madrugada de hoje na sede da Associação das Creches Beneficentes do Rio Grande do Sul e Fundação Fé e Alegria do Brasil. No local, as famílias puderam conferir a situação cadastral, atualizar dados e efetuar novos cadastros. Mesmo com tempo parcialmente nublado, muita gente chegou cedo para pegar as senhas - de um total de 300 - disponibilizadas pela equipe do cadastro da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). 

Um ônibus do Ministério Público também garantiu apoio no atendimento dos moradores. A recepcionista Graziela Ligório Marcelino, 22 anos, chegou às 7h para pegar uma senha. Após aguardar 4h30, ela conseguiu atendimento e deixou o local às 11h30min com o cadastro atualizado. O principal objetivo era garantir a permanência da filha Martina, de um ano e dois meses, no turno integral de uma creche. “Trabalhava com carteira assinada e antes não havia sido aprovado. Agora ela vai poder ficar na escolinha. Fiquei a manhã toda para atualizar o cadastro”, explica Graziela, que está desempregada. 

Apesar do sacrífico de enfrentar horas de fila, ela gostaria de receber um auxílio do governo. “Eu preferia receber (algum recurso) porque ela não é registrada pelo pai dela, não recebe nenhum tipo de pensão e eu não trabalho agora. Estou desempregada”, destaca. A dona de casa Berenice da Silva de Almeida, 49, concluiu o cadastro no mês passado e foi checar se os dados já haviam sido processados. A expectativa era pela liberação de R$ 600,00 do auxílio do governo federal.

“Achei que já estava já liberado alguma coisa para mim, mas até agora ainda não foi liberado. Tenho que esperar”, afirma. Desempregada, ela explica que o dinheiro é fundamental para pagar as contas da casa, onde mora com o filho Peterson, 14. “Vai ser ótimo porque na idade que eu estou vai ser mais difícil procurar emprego ou conseguir alguma coisa”, ressalta. Ela destaca ainda o aumento do custo de vida. “É a primeira vez primeira vez que eu estou recorrendo a isso. Sempre trabalhei, mas perdi meu emprego recentemente”, observa. “Se aparecer algum bico, alguma faxina, eu aceito, mas emprego de carteira assinada estou vendo que está mais difícil”, completa.

Foco em regiões

Coordenadora do Cadastro Único e Benefícios da FASC, a assistente social Joice Lopes da Silva afirma que as ações têm foco nas regiões onde há mais dificuldade de deslocamento. Conforme Joice, até meio-dia 230 senhas tinham sido distribuídas. “A atualização é para pessoas que já tenham algum tempo o cadastro e precisam de dois em dois anos fazer essa atualização, trazer documentação, confirmar as informações, os endereços, escola de filhos e se mantém os mesmos membros da família. E os cadastros novos são para as pessoas que ainda não têm acesso aos benefícios ou mesmo a outras alternativas que oferece o Cadastro Único”, salienta. 

Do lado de fora da escola, moradores aguardavam por atendimento. “Entregamos 120 fichas de imediato, antes das 8h, mas depois durante a manhã fomos entregando aos poucos e está bem tranquilo, não tem acúmulo de pessoas”, afirma. Com 13 profissionais para atender o público, o mutirão tinha como meta receber até 300 pessoas. “É o nosso limite de acordo com o número da nossa capacidade de entrevistadores que vieram e da internet também, porque nós dependemos da internet e de computadores para fazer a entrevista”, frisa. 

Ela destaca que, por conta da pandemia, muita gente deixou de atualizar o cadastro. Final de outubro é o prazo máximo para quem ainda não atualizou as informações.


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