Mutirão na Prainha do Iberê recolhe 2 toneladas de lixo

Um grupo de “voluntários do bem” reuniu-se na tarde nublada deste domingo na Prainha do Iberê, em Porto Alegre, para cumprir mais um esforço repetitivo: limpar o lixo da natureza humana.

Cerca de duas toneladas foram retiradas do pequeno pedaço da beira do Guaíba, por 20 apoiadores do Mutirão de Limpeza da Orla. Foram 2 horas de trabalho colaborativo. 

Restos de animais, sacos plásticos, colchões, garrafas pet, eletrodomésticos, roupas foram alguns dos materiais recolhidos de uma extensa lista de coisas jogadas na orla para poluir o belo cenário, bem na frente do museu Iberê Camargo.

Determinados a ajudar ao meio ambiente e servir de exemplo no respeito ao Guaíba os voluntários começaram a tirar detritos, das mais diversas origens, a partir das 14h. Receberam luvas e sacolas de lixo.

Essa ação fez parte do movimento Viva Guaíba, fundado pela jornalista Luciene Schuch. “Estamos diante do nosso único manancial de água a mais de 4 milhões de pessoas, das quais 1,2 milhão vivem em Porto Alegre. Temos que defendê-lo já, não há outra saída”, disse.

“Dá uma enorme tristeza e, ao mesmo tempo, revolta ver o que acontece. São pessoas que fazem isso, as mesmas que reclamam da sujeira da cidade”, protestou. Por isso, disse ela, é preciso fazer algo. Pelo tipo de lixo percebe-se que a poluição não é obra de desinformados.

Com restos de oferendas religiosas nas mãos, o jornalista Anderson Hartmann, afirmou: “Nossa atitude é, na verdade, um pedido de socorro à população que vira às costas ao Guaíba. É a nossa micro revolução”.

Gerente de Inteligência de Mercado, Rafael Barcellos, se comparou a uma formiga no SOS ao Guaíba. “Somos todos formiguinhas, cada uma fazendo o que deve ser feito. Só lamento o nosso isolamento nessa tarefa”, criticou.

Conforme Luciene, nesta segunda-feira, por um acordo feito com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, o lixo recolhido pelos voluntários será retirado. O material foi guardado em um ponto previamente combinado na Prainha do Iberê. Na primeira edição do Mutirão, em julho passado, foram recolhidas 3 toneladas.