"Não posso dizer se foi ela que me curou", conta paciente tratado com cloroquina

"Não posso dizer se foi ela que me curou", conta paciente tratado com cloroquina

Eduardo Condorelli é o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS) e avalia o tratamento recebido

Gabriel Guedes

O zootecnista Eduardo Condorelli é outro dos pacientes recuperados da Covid-19, mas ao contrário de outros afetados, não teve problemas com olfato e paladar

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O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS), Eduardo Condorelli é mais um dos recuperados da Covid-19 no estado. Mas não foi fácil superar esta desconhecida doença. No hospital, com fortes complicações, ficando a um passo de ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o executivo garante que sua recuperação não teve solução mágica. “Foi praticamente um coquetel, com as dosagens montadas de acordo com o que o médico vê na frente”, acredita Condorelli, que realizou seu último dia de isolamento nesta quarta-feira, quando encerrou sua recuperação. “Foram momentos muito ruins”, conta, ao recordar de horas cruciais no Hospital Moinhos de Vento, onde ficou internado.

Um dos primeiros sintomas sentidos pelo zootecnista foi a tosse, que começou fraca, e no dia 23 de março, a febre que estava baixa, teve uma súbita elevação, indo aos 39,5 graus, acendendo o sinal de alerta. “Fui no hospital. Estava com muito cansaço, muito sono”, acrescenta. No dia 26, sentindo-se ainda pior, voltou ao hospital e aí foi constatado um quadro de pneumonia viral. “Fizeram a coleta do material para o teste de coronavírus e já me internaram e começaram o tratamento, como suspeita, e trataram também com tamiflu, por talvez ser por H1N1 (vírus da gripe)”, relata.

No hospital, a situação seguia sem boas perspectivas, lembra Condorelli. “A febre não cedia, e eu estava com muita dor no peito e muito cansaço, mesmo tomando um coquetel com muita coisa de remédios”, ressalta. No dia 28, os médicos optaram por um outro tratamento. “Comecei a melhorar e a febre cedeu. Na terça-feira já menos febre e as dores passaram. Também já dormi um pouco melhor. Na sexta-feira, dia 3, já recebi alta”, afirma. A mudança no tratamento teve o emprego da hidroxicloroquina, mas ele afirma que não é possível saber se o sucesso se deve ao medicamento que é indicado ao tratamento da malária. “Não posso dizer se foi ela que me curou. Ela é administrada junto com outros antibióticos, anticoagulante. Foi uma composição com outros medicamentos ajudou a curar”, acredita.

O zootecnista tem 47 anos, não é obeso, não fuma e não bebe álcool. “Mesmo assim, passei um trabalhinho. Fico imaginando que grupos de risco vão passar mais trabalho ainda. Isso não é brinquedo não”, avisa. Condorelli acredita que sua esposa também tenha se contaminado. “Os exames de covid só são feitos com pessoas que estão internadas. Ela teve febre baixa, perdeu olfato e paladar. Todos sintomas muito parecidos da doença”, aponta. “Todos, em algum momento, vão acabar tendo contato com o vírus. Este negócio de ter os sintomas mais graves é uma loteria. Tome todos os cuidados possíveis. Também esteja com o corpo pronto para encarar algo que possa ser desgastante”, sugere, ao se referir a uma rotina que seja sadia.

 


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