"Não tenha medo do coronavírus, mas tenha respeito, que ele não é uma gripezinha", diz empresária

O último domingo foi a celebração de um reencontro para a empresária Xuxa Pires. Depois de passar 22 dias isolados, enfrentando a tormenta do coronavírus na família, ela e o marido, o médico Antonio Carlos Minuzzi Filho conseguiram almoçar com os pais dele e viver horas de normalidade. A família da empreendedora porto-alegrense foi uma das primeiras da capital gaúcha a contrair a Covid-19. "É um tsunami. Ele te derruba, te joga na cama", ilustra. Na sua casa, a preocupação com a doença chegou junto com as primeiras contaminações que já ocorriam na Europa. "A gente já estava apreensivo. Porque já tínhamos recebido as informações de pessoas amigas que moram fora, em Madrid, por exemplo". Entretanto, mesmo tomando todas precauções, cultivando uma mania de limpeza em virtude da filha, nascida há dois anos, o vírus entrou em sua casa sem bater na porta. Começou pelo seu companheiro e foi rapidamente contagiado à ela, ao sogro e à sogra. Nenhum deles precisou ser hospitalizado, mas foi o suficiente para proporcionar dias de "medo e preconceito" por outras pessoas.

Xuxa conta que tudo começou no dia 13 de março, quando seu marido, que é cirurgião-plástico, chegou em casa se sentindo bastante cansado, como "se estivesse para gripar". No dia seguinte, recorda, a empresária viajou à Bento Gonçalves e naquela ocasião, Minuzzi relatava pelo WhatsApp, a cada hora, que estava piorando, ficando com diarréia, inclusive. A febre dele aumentou e aí mandei ele correr ao Hospital Moinhos de Vento, onde foi medicado e encaminhado de volta para casa. "Ele testou e cinco dias depois, apontou positivo para a Covid", lembra. Aí o médico se isolou e Xuxa também. Nisso, a empresária também contraiu a doença e ficaram os dois em isolamento. "Em algum momento acabei me contaminando", acredita. "A gente já estava todos bem antenado, com muita higiene. Temos uma bebê de dois anos. E sabe como é: mãe fica neurótica por limpeza. Já tinha álcool-gel por todos os cômodos", afirma.

Os dias seguintes de isolamento não foram fáceis para o casal. "Não tem medicamento que cure. Só tem para passar os sintomas. Tomava só paracetamol", revela. Xuxa diz que só começou sentir bem só depois do 14º dia. "Graças a Deus, nem eu, nem o Minuzzi, precisamos ficar internados. Em nós, não atingiu a respiração. Somos sortudos, por ter tido sintomas de leve a moderado", crê. De todos da família, a empresária considera que somente a sogra foi assintomática, por não ter sofrido quase nada. "Sou amiga da Preta Gil e soube que ela não teve febre. Teria que ter tosse seca, dor de garganta. Mas não é todo mundo que tem estes sintomas", avisa.

Superado o pior, Xuxa diz não saber nem mais o que pensar a respeito da doença. "É muita informação", aponta. Para enfrentar a doença, a empresária frisa a necessidade das pessoas terem uma alimentação balanceada e saudável. "É bem simples: coma arroz feijão, carne, arroz e salada", recomenda. E para evitar maiores problemas, ela dá outra dica: "Se cuidem, tentem ao máximo não se contaminar. Também se precisa de paz e tranquilidade para este momento.  A ansiedade é pior e pode se fazer confundir com os sintomas do coronavírus". Do sogro, médico, Xuxa reproduz uma outra lição importante: "Não tenha medo do coronavírus, mas tenha respeito, que ele não é uma gripezinha", conclui.