"Não vai cicatrizar nunca", diz padrinho de vítima do Realengo

"Não vai cicatrizar nunca", diz padrinho de vítima do Realengo

Alguns pais não conseguiram ir à manifestação no Rio e foram representados por parentes

Agência Brasil

Não vai cicatrizar nunca, diz padrinho de vítima do Realengo

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Alguns pais dos 12 estudantes mortos por um atirador na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, não conseguiram ir à manifestação deste sábado e foram representados por parentes. O padrinho de Laryssa da Silva Martins, de 13 anos, Gerson da Silva Guilherme, lembraba a família da vítima na manifestação. Ele disse que o momento ainda é de muita dor.

“Essa ferida não sara, não tem cura. A mãe da Laryssa não tem lágrimas para chorar, mas você vê, pela fisionomia dela, que a tristeza impera no coração. O pai ainda fala, desabafa, mas a tristeza, a dor é profunda. Um mês depois me parece que essa ferida não vai cicatrizar nunca”, disse Gerson.  

Adriana Maria da Silveira, que perdeu a filha Luiza, de 14 anos, voltou hoje à frente da escola para participar da manifestação. Abalada e chorando muito, ela disse que todos os sonhos da sua filha foram roubados. Adriana contou que não conseguiu mais retornar para casa e está morando com o filho mais velho na residência da mãe. Ela disse que sua casa traz muitas recordações e que é impossível ver o quarto da filha, as roupas e os cadernos da escola sem se emocionar.

“Eu costumo dizer que eu perdi o ar que eu respiro. O mundo ficou preto e branco. Eu estou sem chão, sem direção. É a primeira vez que eu retorno, que eu estou na frente do colégio. Eu não tinha voltado aqui desde a tragédia. Nós já estávamos fazendo a festinha dela de 15 anos. Ela era estudiosa e só ia da casa para a escola e dos cursos para casa.”

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