Nível do Guaíba baixa e moradores das Ilhas voltam para casa

Depois de cerca de 15 dias fora de casa, a queda do nível do Guaíba possibilitou o retorno de parte dos moradores da região das ilhas. Os atingidos pelas cheias começaram a segunda-feira varrendo o barro para fora das residências, mas estão preparados para a possibilidade de outra cheia. A maioria não baixou o móveis e eletrodomésticos que haviam sido colocados sobre suportes. “Não dá para se iludir”, disse a dona de casa Sílvia Senna, 36 anos, que vive na Ilha da Pintada desde que nasceu. O imóvel dela é suspenso, mesmo assim foi invadido pela água.

A MetSul Meteorologia prevê temporais, enxurradas, granizo, vendavais, alagamentos e raios no Rio Grande do Sul até o final deste ano. Essas ocorrências, com seus transtornos e prejuízos, atravessarão também os primeiros meses de 2016, porém com intensidade menor.

Por isso, os moradores estão prontos para o risco de represamento do Guaíba e outra enchente. A água baixou rapidamente no final de semana e hoje já era possível ver o asfalto da rua Nossa Senhora da Boa Viagem, que passou vários dias intransitável. Porém, um trecho dela seguia inundado.

O conselheiro tutelar Sandro Silva, 46 anos, mora nessa parte ainda atingida. Ele só consegue chegar na residência de carro e verifica a situação todos os dias. A dona de uma sorveteria Vera Oliveira, 53 anos, costuma abrir o estabelecimento a partir de setembro, mas este ano adiou o funcionamento. Estava tudo cheio d’água até ontem, quando ela varira a calçada e tentava salvar o que sobrou.

 Na Ilha das Flores e na Ilha Grande dos Marinheiros a situação já estava melhor, com pontos de alagamento em algumas regiões. Os acampamentos diminuíram nas margens da BR 290, mas muitos seguem em barracas.

A água também baixou em áreas da zona Sul de Porto Alegre. O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) manteve ações de limpeza de redes e hidrojateamento na avenida Praia de Belas. O local registrava acúmulo de águas pluviais. É estudada a viabilidade de se fazer uma nova rede pluvial que seja ligada na galeria existente na rua Aureliano de Figueiredo Pinto e daí as águas sejam bombeadas para o Guaíba.