Nível do Guaíba deixa Defesa Civil em alerta e monitoramento segue nas Ilhas

Nível do Guaíba deixa Defesa Civil em alerta e monitoramento segue nas Ilhas

Medição da manhã apontou dez centímetros a menos que o considerado situação de emergência

Henrique Massaro

Nível da água segue alto na região das Ilhas

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Chega a ser corriqueiro: depois que fortes temporais castigam o Estado, mesmo com dias seguidos sem chuvas, a região das Ilhas do Guaíba permanece alagada. Na manhã desta terça-feira, o nível do Guaíba, de acordo com o sistema de medição da Ilha da Pintada, era de 2 metros, ou seja, dez centímetros abaixo do que é considerado situação de emergência. Permanece, no entanto, o estado de alerta e o monitoramento constante nas localidades do bairro Arquipélago.

A medição pela Ilha da Pintada é feita pelos moradores daquela região há mais de 70 anos, explica o responsável pelo grupo de 1ª abordagem da Defesa Civil de Porto Alegre, Márcio Cardoso. Por isto, ainda segundo ele, esta é a régua utilizada pelas autoridades, e não a localizada no Cais Mauá, que nesta terça marcava 2,21 metros. “Esta referência é a que todos utilizam lá e que não deixa que as pessoas entrem em pânico para muitas das situações que a gente tem enfrentado”, disse.

Mesmo ainda não estando em situação de emergência, o nível da água nas Ilhas seguiu subindo. Uma série de fatores, de acordo com Cardoso, influenciam para que isso aconteça, como o vento sul. Conforme ele, a região veio sofreu devido a um vento sul clássico de 180 graus há cerca de quatro dias. Este vento vem direto, por isso, toda e qualquer movimentação na Lagoa dos Patos, impacta diretamente aqui. “Um centímetro lá representa 25, 30 centímetros aqui”, disse.

Além disso, quando não faz subir diretamente o nível desta região, o vento barra a descida adequada de toda a água que vem do Norte, Nordeste e da Serra gaúcha e que passa por aqui. “80% do que chove lá, passa aqui no nosso quintal. Isso faz com que o volume se eleve e, o mesmo vento que faz barrar a descida e o escoamento, faz com que diminua a vasão e isso demore um pouco mais a descer”, explicou.

O responsável pela Defesa Civil também disse que a região é monitorada constantemente e recebe um trabalho de prevenção devido a estes fatores. Por enquanto, a situação está sob controle. Apesar do nível elevado, não há desalojados ou desabrigados. No entanto, entre quarta-feira e quinta-feira, o vento pode mudar de sul/sudeste para sul novamente.

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