Nível do Guaíba recua e fica abaixo de 2,70 metros

O nível do rio Guaíba recua de forma gradual e caiu abaixo de 2,70 metros na manhã desta quarta-feira após atingir pico de 2,89 metros no Cais Mauá, no Centro de Porto Alegre, na segunda-feira. A marca ao redor de 2,90 metros foi histórica, uma das mais altas registradas na história de 150 anos de observações do Guaíba.

Conforme os dados históricos fornecidos pelo  Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), o pico da cheia mais recente foi o maior desde a enchente de abril e maio de 1941, superando os 2,83 m (1967), 2,60 m (1984), 2,56 m (julho de 2015, 1965 e 1966) e 2,52 m (2002). Mesmo que esteja baixando, o Guaíba hoje segue muito acima da cota de alerta de 2,10 metros e o Centro Integrado de Comando da Capital (CEIC) continua em estado de atenção.

Dados indicam para os próximos 15 a 30 dias chuva acima da média no Centro, Oeste e no Norte do Estado, logo nas bacias que desembocam o Guaíba. Por isso, mesmo que a atual cheia ceda, o quadro de atenção deve ser mantido nas próximas semanas pela manutenção do Guaíba em níveis acima do normal e com a perspectiva de precipitações acima da média com risco de novos eventos de chuva volumosa.

Desabrigados

Conforme a Defesa Civil de Porto Alegre, há pouco menos de 550 desabrigadas. No Ginásio Tesourinha, 220 pessoas estão abrigadas. Já na Ilha da Pintada, há 90 pessoas que buscaram abrigo no Centro Administrativo Regional das Ilhas. Cinquenta pessoas foram encaminhadas a um abrigo improvisado em um estaleiro, enquanto outras 80 estão em três igrejas localizadas na Ilha do Pavão. Cem moradores estão divididos entre abrigos e barracas na Ilha das Flores.

A Defesa Civil informou ainda que essas pessoas ainda devem seguir fora de suas casas enquanto o nível do Guaíba estiver alto. A prefeitura de Porto Alegre tinha a expectativa de garantir a volta de desabrigados para as residências, mas com o alerta de temporais para os próximos dias essa possibilidade não deve ocorrer.