Número de hospitalizações por Covid-19 volta a crescer em Porto Alegre

Número de hospitalizações por Covid-19 volta a crescer em Porto Alegre

Em sete dias, o número de pacientes diagnosticados com a doença passou de 20 para 44

Felipe Samuel

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Uma semana após registrar o menor número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por conta do novo coronavírus, Porto Alegre voltou a observar o crescimento das hospitalizações em função da doença. Conforme dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em sete dias, o número de pacientes diagnosticados com a Covid-19 mais do que dobrou, passando de 20 casos, no dia 5 de abril, para 44 pacientes nesta terça-feira.

Apesar da elevação dos casos em Porto Alegre, o cenário atual é bem diferente do início do ano, quando a rede de saúde chegou a registrar, em 31 de janeiro, 278 casos confirmados para a Covid-19 em UTI - o maior número este ano. O diretor de Regulação Hospitalar da SMS, Jorge Osório, explica que o aumento dos casos de Covid-19 não repercute na ocupação dos leitos de UTI ou no fluxo de trabalho dos hospitais.

Mesmo com o crescimento das hospitalizações pela doença em uma semana, ele destaca que é preciso observar o número de internações por um período maior para apurar se há uma tendência de elevação. "A gente sempre fica de olho nessa nessa ocupação, porque justamente não é o número que assusta e, sim, a velocidade do aumento dessas ocupações", ressalta. Osório afirma, no entanto, que a média móvel das últimas duas semanas serve para melhor análise do comportamento dos novos casos e mortes confirmados diariamente.

Com 623 internados em leitos de terapia intensiva, envolvendo todas as doenças, a taxa de ocupação das UTIs na Capital era de 88,12%. Segundo Osório, atualmente a maior procura por atendimento é de pacientes sem diagnóstico de Covid-19. "A gente tem muitos casos com uma doença agudizada, são pacientes que eram eletivos, que hoje estão com algum tipo de doença e que já exigem alguma internação de forma mais urgente. E isso realmente está impactando mais dentro da nossa demanda de internação", alerta.

Mesmo com a ocupação de leitos acima de 80%, Osório garante que a rede de saúde opera normalmente. "A ocupação de leitos em Porto Alegre sempre foi elevada, nunca tivemos uma ociosidade de leitos em Porto Alegre. Sempre tivemos leitos muito demandados porque a gente é referência em muitos casos para quase todo o Rio Grande do Sul, especialmente na alta complexidade. Então nunca tivemos ociosidade de leitos, a gente sempre tem uma demanda bastante elevada, e ainda mais agora quando nós tivemos dois anos praticamente de uma diminuição da oferta eletiva", compara.

Com a retomada dos atendimentos, Osório explica que atualmente existem 'duas filas'. "A fila do (atendimento) eletivo, que é a retomada plena dos hospitais das cirurgias e os procedimentos eletivos. E as da fila da urgência, ainda mais agora com a chegada do frio, com uma demanda na pediatria elevada pelo frio, e também as doenças mais urgentes, que requerem uma internação urgente por justamente termos tido esse represamento nesse período todo", completa.

No Rio Grande do Sul, a taxa de ocupação das UTIs apresentava leve queda em relação à véspera, com 1.703 pacientes e lotação de 65,4% dos leitos de terapia intensiva. As internações por conta da Covid-19 voltaram a ficar abaixo de cem, com 99 pacientes diagnosticados com a doença. No dia anterior, eram 1.733 internações - 102 por conta do novo coronavírus - e taxa de ocupação de 66,6%.

Um dia após não registrar óbitos por Covid-19, o RS contabilizou nesta terça mais 12 mortes em função da doença, elevando o total para 39.172 desde o início da pandemia. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informa mais 2.711 novos casos confirmados, totalizando 2.300.259.


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