Número de pacientes é três vezes superior à capacidade na emergência do Clínicas

Número de pacientes é três vezes superior à capacidade na emergência do Clínicas

Equipe médica avalia que situação ficará caótica se greve persistir

Luciamem Winck / Correio do Povo

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A greve dos municipários agravou a situação, normalmente agonizante, do Setor de Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Nesta terça-feira, o número de pacientes abrigados na unidade é quase três vezes superior à capacidade: 131 pacientes ocupavam o espaço idealizado para 49. Já a ala infantil, com nove leitos pediátricos, abriga 19 crianças enfermas. Em função da paralisação dos servidores da prefeitura e da consequente redução dos atendimentos nos postos e unidades básicas de saúde, a capacidade do Clínicas ficou esgotada.

Embora a direção do hospital não tenha fechado o Setor de Emergência, novos pacientes que chegam à instituição passam por uma triagem e, devido às dificuldades existentes, é dada prioridade aos casos mais graves. Os médicos e demais profissionais da saúde fazem um apelo aos moradores de Porto Alegre e de municípios da região Metropolitana para que somente procurem o hospital em caso de extrema urgência e gravidade. Isto porque somente os pacientes graves e com risco de morte serão atendidos.

Os moradores da Capital devem recorrer às unidades de pronto-atendimento Cruzeiro do Sul, Bom Jesus e Lomba do Pinheiro e os centros de saúde Modelo e Santa Marta que mantêm as portas abertas durante a greve. Já as situações de trauma devem ser encaminhadas ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). O Hospital Nossa Senhora da Conceição abriga 166 pacientes em local destinado a 50. A equipe de enfermagem projeta que se a greve persistir nos próximos dias, a situação ficará caótica. No Hospital São Lucas, há uma média de dois pacientes por leito na Emergência e, no Santa Clara, do Complexo Hospitalar Santa Casa, que dispõe de 25 leitos para atendimento de urgência conveniados ao Sistema Único de Saúde, há 21 excedentes.

A paralisação dos municipários também afeta o funcionamento das escolas da rede pública municipal. A estimativa é que 90% das 96 instituições de ensino Infantil, Médio e Fundamental estejam fechadas. Nos estabelecimentos de ensino que estão funcionando, houve necessidade de reformulação dos horários.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Fátima, no bairro Bom Jesus, 23 dos 85 professores aderiram à paralisação. Para não prejudicar os alunos e os docentes que seguem trabalhando, a alternativa encontrada foi antecipar períodos nos horários vagos. A greve atingiu essencialmente as turmas de 6ª a 8ª séries. “O calendário de recuperação das aulas já está esquematizado. Só falta definir as datas”, sintetizou a diretora, Clarice Berger. Segundo ela, “a escola está aberta para quem quiser trabalhar”.



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