Nelson Marchezan anuncia consultoria para análise da situação da Carris

Nelson Marchezan anuncia consultoria para análise da situação da Carris

Empresa será responsável por elaborar diagnóstico e apresentar propostas para reestruturar a empresa

Henrique Massaro

Marchezan não descarta a privatização da empresa

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Dentro de aproximadamente quatro meses, deve ser conhecida a empresa que analisará e apresentará possíveis soluções para a reestruturação da Carris. O edital de contratação, lançado nesta quinta-feira pela prefeitura de Porto Alegre, prevê um processo de mais de um ano com cinco etapas, desde um diagnóstico inicial até a decisão final. Uma possível privatização não é descartada, já que a Companhia, conforme o Executivo, acumulo prejuízos que, em 2016, chegaram a R$ 233 milhões.



Identificar os problemas e apontar soluções, de acordo com o secretário de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, é o grande cerne do edital apresentado no Paço Municipal. O estudo feito deverá contemplar seis grandes pilares: extinção de prejuízos, diminuição da alocação de recursos, contribuição de serviços – a Carris é responsável por transportar 23,1% dos passageiros de Porto Alegre -, técnico-operacional, contábil, econômico-financeiro e jurídico.

Com relação às etapas a serem cumpridas, a primeira delas, o diagnóstico, deve durar aproximadamente quatro meses. Em seguida, a empresa contratada terá cerca de dois meses para apresentar cenários e oferecer alternativas à Companhia. A terceira etapa é chamada “decisão do acionista”, que, segundo Vanuzzi, é o cidadão porto-alegrense, deve ser concluída em um mês e meio. Os dois últimos passos devem ser a modelagem final do que for decidido e uma implantação, que tem uma previsão de seis meses.

“Vamos fazer valorização e as oportunidades do ponto de vista do mercado e financeiro. E vamos ver as consequências e alternativas jurídicas que se tem para que se possa ou arrumar a empresa, ou organizar, ou modificar, ou vender a empresa, ou vender as linhas”, disse.

Ainda segundo o prefeito, a ideia é que é estimar qual o valor da empresa, o que pode ser melhor administrado ou vendido, o que traz retorno, qual o valor da sede, as condições das linhas, dos ônibus e do pessoal. “Vamos fazer uma análise completa de quais alternativas nós temos para não ter que colocar R$ 60 milhões do tesouro em uma empresa de ônibus que não é a atividade-fim da máquina pública”, afirma.

Ao ser questionado se outras empresas municipais também poderão receber consultorias para analisar seus recursos e potenciais de negócio, Marchezan disse que a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e a Procempa (Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre) são muito caras e que a avaliação delas seria um bom caminho.

“A consultoria não é para privatizar, é para analisar dados contábeis, financeiros, a economia em geral, atividades específicas, formatos de gestão. Acho que é um bom caminho para a Procempa. A Procempa é muito cara. É um bom caminho para Fasc. A Fasc é muito cara. Quase 40% do orçamento da Fasc não vai para quem precisa, pois fica na máquina pública. Então o caminho de tudo é a gente pegar os R$ 60 milhões da Carris e colocar onde essa cidade mais precisa. É pegar os R$ 40 milhões da Fasc e colocar para as crianças e pessoas carentes que mais precisam. E assim por diante”, explica.  

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