No RS, Comitiva da ONU analisa capacidade operacional do Exército Brasileiro

No RS, Comitiva da ONU analisa capacidade operacional do Exército Brasileiro

Avaliação serve para elevar o nível de prontidão em caso de necessidade de atuação em missões de paz pelo mundo

Eduardo Andrejew

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A comitiva da Organização das Nações Unidas (ONU) já se encontra no Rio Grande do Sul para avaliar o trabalho de tropas do 4º Grupamento de Engenharia, especificamente o 1º Batalhão Ferroviário de Lages (SC), em Barra do Ribeiro, e o 6º Batalhão de Engenharia de Combate, em São Gabriel. O objetivo da visita é analisar a capacidade operacional do Exército Brasileiro para elevar o nível de prontidão em caso de necessidade de atuação em missões de paz pelo mundo. Trata-se da certificação nível 2, que é obtida por meio da Visita de Avaliação e Assessoramento (Assessment and Advisory - AAV) do Sistema de Prontidão e Capacidades de Manutenção da Paz das Nações Unidas (United Nations Peacekeeping Capabilities Readiness System UNPCRS).
 
"Nós tivemos a certificação nível 1 em 2017. Agora a certificação nível 2 está acontecendo neste ano”, explica o coronel Fábio Batista Bogoni, comandante do 4º Grupamento de Engenharia. “São níveis diferentes de verificação. Nessa, em particular, o objetivo maior é mostrar as capacidades de nossa Engenharia. É o que nos habilita para participar de missões internacionais de paz", acrescenta.
 
A comitiva de avaliadores é composta por quatro integrantes. Há dois militares, o tenente-coronel vietnamita Luong Truong Vinh, que chefia o grupo, e o major Zohan Syfe, do Exército de Bangladesh. Também participam dois civis, a australiana Clare Backwell e o alemão Hubertus Juergenliemk. Eles estão no Brasil desde domingo e permanecem até sábado. O grupo já avaliou nesta semana o 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Cascavel, no Estado do Paraná.
 
Falando em nome do grupo, o coronel Luong Truong Vinh esclareceu que a visita de assessoramento tem como principal objetivo inspecionar as capacidades de prontidão da tropa. Isso, segundo ele, inclui pessoal, material, aspectos como a capacidade operacional, o treinamento, a disciplina e até questões a respeito de gênero. Disse ainda que o resultado da certificação só deverá ser oficializado após o retorno da comitiva a Nova York, onde fica a sede da ONU. Apesar disso, adiantou ter ficado bastante impressionado com a visita feita ao 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Cascavel. “Espero que seja o mesmo nível aqui na Engenharia”, comentou, referindo-se ao trabalho realizado no Rio Grande do Sul.
 
A primeira atividade da comitiva foi visitar no final da manhã desta quarta-feira, dia 15, uma obra de terraplanagem entre os km 312 e 313 da BR-116, em Barra do Ribeiro. No local, os quatro avaliadores ouviram as explicações do coronel Bogoni sobre o trabalho realizado pelo 1o Batalhão Ferroviário de Lages, no contexto da Operação Guaíba – duplicação de trechos da BR 116/Sul pelo Exército Brasileiro. O comandante do 4º Grupamento de Engenharia falou de aspectos da obra, que está dividida em dois lotes na rodovia, em um total de 50,8 quilômetros de extensão entre Guaíba e Tapes. Depois disso, os integrantes foram inspecionar de perto os trabalhos no trecho. À tarde, o grupo ainda visitou o Destacamento Guaíba, onde o 1º Batalhão Ferroviário está instalado. No local, há uma usina de asfalto e uma pedreira, de onde é retirada a matéria-prima para as obras de pavimentação. Além disso, o espaço conta com uma área de compensação ambiental, reservada para o plantio e o transplante de espécies nativas da região. “Nós nos preparamos para esta atividade ao longo desse ano todo e o objetivo maior é apresentar as nossas possibilidades ao pessoal das Nações Unidas”, salienta coronel Bogoni.
 
Nesta sexta-feira, a comitiva da ONU estará no 6º Batalhão de Engenharia de Combate, em São Gabriel, onde de acordo com o coronel Bogoni, outras atividades serão desenvolvidas. “Nós vamos apresentar lá as nossas pontes, as nossas viaturas, os nossos geradores, equipamentos diversos de engenharia para mostrar outras capacidades que nós temos de mostrar para a equipe da ONU que a Engenharia está preparada para cumprir a sua missão da melhor forma possível em qualquer parte do mundo”, destaca.

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