Nobel da Paz participa de ato em Porto Alegre
Argentino Adolfo Pérez Esquivel esteve no Parque da Redenção
publicidade
Em uma análise mais profunda, o Prêmio Nobel da Paz explicou que um dos objetivos do modelo neoliberal é a privatização de empresas estatais e barrar os direitos sociais, privilegiando “os grandes centros de poder”. Adolfo Pérez Esquivel defendeu a resistência e a organização social “para que não se percam os direitos cidadãos”, alertando ainda que a política neoliberal “leva à repressão dos movimentos sociais e restrição das liberdades” com recrudescimento do autoritarismo.
Prevendo impacto em todo o continente latino-americano e até mundial a partir do que ocorrer no Brasil, ele espera que os movimentos sociais se organizem e se unam para uma resistência em defesa da democracia, da soberania e liberdades cívicas. “O povo não pode perder o direito de viver a democracia, que não se ganha mas se constrói”, declarou, acrescentando a interrupção do processo democrático no Brasil será um “retrocesso de muitos anos”.
Adolfo Pérez Esquivel recordou também que, apesar de chegar à presidência pela eleição, a política neoliberal do novo governo da Argentina já provocou um enorme impacto na população. Em quatro meses de governo, revelou, surgiram mais de 1,4 milhão pobres. “Privilegiou-se as grandes empresas e promoveu-se o desemprego massivo”, relatou, propondo apoio internacional para “salvar a democracia no Brasil e na América Latina”.