Novo habitante do Zoo de Gramado é uma lontra

O novo habitante do Gramadozoo é uma jovem lontra macho, de 1 ano de idade. Ela veio do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pelotas, onde ainda filhote recebeu todos os cuidados. O animal foi encontrado em uma das lagoas próximas à praia do Cassino, quando tinha 3 meses. “Por se tratar de um animal que desde jovem se habituou ao convívio com humanos e a receber o alimento sem ter de caçar, sua reintrodução na natureza não é possível”, explica o veterinário Rafael Pagani.

As lontras são carnívoras e se alimentam basicamente de peixes. Mas pequenos mamíferos, répteis e aves eventualmente podem fazer parte da dieta desses animais na natureza. Elas vivem muito mais próximas aos lagos e rios com bastante vegetação. Têm coloração que varia do marrom claro ao escuro na parte superior, a pelagem é curta, macia, porém bastante densa. Animais adultos pesam até 15 kg. Quando caçam, têm por hábito pegar o alimento e comer na beira do rio.

Esses animais apresentam peculiaridades anatômicas que otimizam suas manobras no ambiente aquático, como as membranas entre os dedos (semelhante aos patos) e a longa cauda que funciona como um leme de um barco. Não é uma espécie ameaçada de extinção, mas as populações de lontras veem diminuindo devido, principalmente, à poluição de rios e lagos e à destruição das florestas próximas ao ambiente aquático.

“As lontras são animais bastante ativos, curiosos e com características muitos interessantes, como o fato de passarem boa parte do dia dentro d’água. Para atender as particularidades dessa espécie elaboramos um novo lar que proporcionará bem-estar e qualidade de vida à lontra, além de grande interação com os visitantes” afirma a técnica em veterinária Christina Capalbo.



Saiba mais sobre as lontras

A família das lontras inclui 13 espécies distribuídas pelo planeta. Na América do Sul ocorrem quatro espécies dessa família, das quais duas no Brasil: a lontra e a ariranha. Seu nome científico: “Lontra longicaudis”. Como muitos outros carnívoros, utilizam as fezes para demarcação do seu território. Embora não sejam animais aquáticos, possuem uma série de adaptações e esse ambiente, tais como:

– cauda em forma de leme: ajuda o animal no controle durante o mergulho;
– pelagem impermeável: possui uma das maiores quantidades de pelos por centímetro quadrado dentre todos os animais; isso faz com que forme uma camada de ar entre a pele e a água;
– membrana interdigital nas patas: possui uma membrana entre os dedos semelhante aos patos, que permite nadar com muito mais velocidade;
– retina adaptada para visualizar as presas durante o mergulho.