Novo protesto contra PEC reúne milhares em Porto Alegre

Novo protesto contra PEC reúne milhares em Porto Alegre

Após maior parte do trajeto ser pacífica, pequeno grupo se envolveu em confronto com a Brigada Militar

Correio do Povo

Manifestantes partiram do Centro

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*Com informações do repórter Henrique Massaro

A sexta-feira terminou com mais protestos em Porto Alegre em decorrência do Dia Nacional de Greve e Paralisações que luta contra a tramitação da PEC 241/55, que congela os gastos do governo federal. Depois de uma manhã agitada, que chegou a registrar confrontos entre manifestantes e o Batalhão de Choque, um novo ato teve início por volta das 18h, quando os primeiros manifestantes começaram a se reunir na Esquina Democrática.

Por volta das 19h30min, centenas de pessoas partiram em caminhada pelas ruais centrais da Capital carregando faixas e bandeiras com dizeres contra a PEC 241/55. O grupo também cantava e convocava a população: “Vem pra rua, vem, é contra a PEC”.

Os manifestantes percorreram a rua Julio de Castilhos, o Túnel da Conceição e rua Loureiro da Silva, em um trajeto tranquilo, observado de longe pela Brigada Militar. Ao chegar na esquina com a José do Patrocínio, o ato parou no Largo Zumbi dos Palmares, onde o grupo se concentrou e o clima começou a ficar tenso.

Na esquina da Loureiro da Silva com a General Lima e Silva, um pequeno pequeno grupo de manifestantes ateou fogo em cone e caixas de papelão, e chegaram a derrubar a moto de um agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

O Batalhão de Choque da Brigada Militar chegou para dispersar os manifestantes jogando bombas de gás lacrimogêneo e avançando contra os manifestantes em entorno do Largo Zumbi dos Palmares. O protesto foi dispersado por volta das 21h30min após confronto da BM, que contou ainda com a presença da cavalaria, com o grupo de manifestantes.

Indignação contra o governo

Diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro), Marcos Fuhr, destacou que o protesto mostrava a força de movimentos sociais contra as medidas tomadas pelo governo recentemente. “É um coroamento de um dia de luta contra medidas do Governo Federal que retiram direitos e precarizam condições de vida da maioria dos brasileiros”, afirmou ele. O Sinpro foi uma ligadas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) a participar da mobilização.

Estudante de Jornalismo da Ufrgs, Nathi Bittencourt, é integrante do coletivo Juntos! e também da ocupação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico). Ela disse que, além das principais bandeiras do protesto, o que unificava o ato era a descriminalização dos movimentos sociais, explicando que, durante o dia, ocorreram vários casos de violência contra os manifestantes.

Mas o protesto também contou com participantes sem ligação a qualquer movimento. Professor de biologia de três instituições porto-alegrenses, César Matos era um desses manifestantes. “O que me trouxe aqui foi a necessidade de proteção contra mais uma violência à política do nosso país”, contou, se referindo à PEC 55 e à MP 746. Tanto a proposta de emenda constitucional quanto a medida provisória são vistas como prejudiciais sobretudo a áreas como a saúde e a educação no Brasil.

“Isso aqui é uma expressão de santa indignação que vem da alma do povo, que não aguenta essa podridão”, sacramentou o professor Pedrinho Guareschi. Docente da Ufrgs e autor de diversos livros de áreas como comunicação e política ele ainda ressaltou a importância dos jovens que, indignados, se fizeram presentes.


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