Objetos doados aos atingidos por tragédia em Mariana serão leiloados

Objetos doados aos atingidos por tragédia em Mariana serão leiloados

Valor arrecado será destinado às família vítimas do rompimento da barragem

Agência Brasil

Valor arrecado será destinado às família vítimas do rompimento da barragem

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Objetos doados por artistas e personalidades às famílias de Mariana (MG) atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão irão nesta quarta-feira a leilão. A cerimônia acontecerá às 19h no centro de convenções da cidade. O dinheiro arrecadado será destinado aos atingidos que posteriormente definirão, em assembleia, a forma como ele será empregado.

A barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país. Foram liberados mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos que provocaram devastação de vegetação nativa, poluição da Bacia do Rio Doce e destruição dos distritos de Bento Rodrigues e de Paracatu, além de outras comunidades.

Em solidariedade, artistas e personalidades enviaram aos atingidos diversos artigos. O ex-jogador de futebol Zico doou um agasalho e um uniforme da seleção brasileira de 1982, ambos autografados. O apresentador de televisão Fausto Silva enviou um relógio e uma caneta. Por sua vez, a apresentadora Ana Maria Braga ofereceu um livro de receitas, uma cafeteira, uma faca e dois esmaltes. Entre os objetos doados, há ainda dois aventais utilizados durante o programa Master Chef e CDs autografados pelos cantores Lô Borges, Fernanda Takai e Lucas Lucco.

Cada objeto tem um preço mínimo fixado. A Agência Brasil apurou, por exemplo, que o menor lance para a camisa da seleção brasileira de 1982 será de R$800. O leiloeiro selecionado para conduzir a cerimônia terá direito a 5% do valor arrecadado.

Histórico

O leilão dos objetos havia sido prometido pela prefeitura de Mariana na época da tragédia. Passados seis meses sem que nenhuma iniciativa tivesse sido tomada, o governo municipal começou a ser questionado pela imprensa sobre o engavetamento dos artigos recebidos.

"Foi aí que a prefeitura entregou as doações diretamente à comissão dos atingidos. Mas eles não tinham condições de cuidar desses objetos. São pessoas que estão em uma condição de vulnerabilidade especial e são objetos caros, que poderiam atrair a atenção de ladrões e criminosos. Então eles procuraram o Ministério Público de Minas Gerais, na minha figura", conta o promotor Guilherme Meneghin.

O Ministério Público de Minas Gerais inicialmente entrou com uma ação civil pública e obteve uma liminar obrigando a prefeitura a recolher os objetos e garantir a guarda e a conservação dos mesmos. Uma audiência também foi marcada para agosto, quando foi celebrado um acordo no qual o município se comprometeu a fazer o leilão e depositar os recursos arrecadados em juízo.

"Estamos buscando assegurar que os recursos beneficiem os atingidos. Isso é um direito não só de quem foi impactado na tragédia, mas também das personalidades que fizeram a doação. Sem dúvida, elas têm um interesse legítimo de que as doações possam de fato ajudar estas pessoas", acrescenta o promotor Guilherme Meneghin.

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