Ofertas acima de R$ 100 mil para táxis adaptados surpreendem EPTC
Vencedores da licitação serão conhecidos em duas semanas
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“As pessoas que colocaram esses valores não têm o conhecimento adequado. É inviável”, disse o diretor Administrativo do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), Adão Ferreira de Campos. Conforme ele, mesmo com a possibilidade de parcelar a quantia em 240 vezes, totalizando 20 anos, muitos terão dificuldade para pagar a dívida. A entidade se posicionou contra a cobrança de preço mínimo. “Para a licitação dos ônibus, não teve e as empresas têm um capital maior. Além disso, os motoristas auxiliares não tiveram nenhuma vantagem”, declarou ele, que acompanhou a abertura dos envelopes, assim como dezenas de interessados em participar do sistema de táxi de Porto Alegre.
O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, explicou que o mínimo foi estipulado com base no faturamento médio dos taxistas. “Estou muito surpreso, porque as propostas superaram muito e agora estamos tendo conhecimento do que vale uma permissão. Os concorrentes são profissionais que sabem qual a receita”, disse. A quantia arrecadada deverá ser empregada na qualificação do sistema. Conforme ele, há aproximadamente 340 mil cadeirantes que podem utilizar os carros e a prefeitura facilitará o relacionamento dos motoristas com os usuários.
Há 40 anos atuando como taxista, Renato Prates Moreira, 60 anos, apresentou proposta de R$ 150 mil. Ele queria a permissão para o filho, mas quando começou a ouvir os valores apresentados, perdeu a esperança de que fosse conseguir. “São muito altos. As pessoas acham que táxi dá um monte de dinheiro.”
Novos táxis devem circular no segundo semestre de 2016
A expectativa é que os novos táxis comecem a circular no final do segundo semestre de 2016, mas esse prazo pode ser encurtado. Os veículos devem ter uma porta traseira com rampa para a entrada do passageiro, que pagará a mesma tarifa dos demais táxis da cidade. A prioridade será para pessoas com deficiência, mas com a possibilidade de utilização por qualquer usuário. Os licitantes ganhadores deverão apresentar veículo zero quilômetro, com ar condicionado e adaptados. O custo para as alterações no carro custa, em média, R$ 10 mil. Os 89 prefixos licitados serão distribuídos em pontos fixos nas zonas do município, conforme estudo que avaliou o potencial de utilização pelos usuários com deficiência em cada região.
Em caso de empate nas propostas, o critério a ser utilizado para desempate será o sorteio público. A licitação tem fase de habilitação, composta pelas etapas de comprovação da capacidade técnica (documentos a serem entregues no período de inscrição) e de prova prática, que avaliará a aptidão para efetuar o embarque e desembarque de um cadeirante no veículo e será aplicada somente aos licitantes mais bem classificados.