OMS recomenda ao menos dois meses de sexo protegido em áreas afetadas pelo zika
Brasil é o país mais afetado pelo vírus no mundo
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O vírus zika está associado na América Latina a uma explosão de casos de microcefalia, uma má-formação grave e irreversível caracterizada por um tamanho anormal do crânio do feto, assim como doenças neurológicas em adultos, incluindo a síndrome de Guillain-Barré. O mosquito Aedes aegypti é considerado o principal vetor de transmissão do vírus zika, mas "evidências cada vez maiores apontam que a transmissão sexual é possível", afirma a OMS no documento publicado nesta terça-feira.
Os cientistas ainda não sabem quanto tempo o vírus pode sobreviver no sêmen. O vírus foi detectado 62 dias após a cura de um homem de 68 anos, o período mais longo observado até à data. A OMS mantém suas recomendações sobre o risco de transmissão sexual do vírus zika. Os parceiros sexuais de mulheres grávidas que vivem em áreas onde a transmissão local do vírus zika é conhecida ou que tenham retornado destas regiões devem "adotar práticas sexuais mais seguras ou abster-se de atividade sexual durante o período da gravidez".
Além disso, todos os pacientes infectados e seus parceiros sexuais (em particular as mulheres grávidas) devem receber preservativos e ser informado "sobre as medidas de contracepção e práticas sexuais menos arriscadas", ressalta a OMS.
A organização apela também para que as mulheres que tiverem relações sexuais desprotegidas e que não desejam engravidar por causa de preocupações relacionadas com o vírus zika tenham um "acesso fácil a serviços de contracepção de emergência". O vírus está ativo em 60 países, mas o Brasil, que receberá em breve os Jogos Olímpicos de 2016, é o país mais afetado no mundo.