Operação tenta acabar com cracolândia no Rio de Janeiro
Alvo foi canteiro de obras em viaduto na Avenida Brasil
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Ao todo, 60 adultos e três adolescentes foram recolhidos e encaminhados a um abrigo da prefeitura. Segundo o subprefeito da zona norte, André Santos, o local, que fica em frente ao Parque União, no Complexo da Maré, já funcionava como ponto de consumo de crack há algum tempo, mas a situação piorou depois que a polícia ocupou as favelas do Jacarezinho e Manguinhos, onde funcionavam grandes cracolândias.
“Existiam antigamente 15 usuários. Com a ocupação do Jacarezinho e Manguinhos, houve migração deles para esse ponto. Como o Complexo da Maré ainda não foi ocupado pela polícia, isso pode ser um facilitador para que eles consigam a droga”, disse Santos.
Santos afirmou que houve também forte migração de usuários para a região dos morros do Cajueiro e da Serrinha, em Madureira, na zona norte – local onde também já havia consumo da droga antes da ocupação de Jacarezinho e Manguinhos.
Sem querer se identificar, uma moradora do Parque União de 81 anos acompanhava de longe a operação e disse que a presença dos usuários naquele local estava se tornando um grande incômodo. “Eu moro aqui na frente e isso incomoda em todos os momentos. Eu quero ir à igreja e não posso. Não posso visitar parentes e chegar quando quiser”, disse.
Ao lado dela, uma mãe buscava informações sobre o paradeiro dos quatro filhos usuários de crack. “Eles são usuários há muitos anos. Já foram recolhidos várias vezes, mas não passam nem dois dias e eles voltam para a rua”, disse a desempregada Marilda Farias, que cuida do neto de três meses de idade, porque os pais são usuários.
Além de recolher os usuários que aceitaram ir para o abrigo, a prefeitura retirou os tapumes do canteiro da obra e pertences dos usuários, como colchões e cachimbos usados no consumo do crack. Para evitar que as pessoas voltem a ocupar o lugar, serão construídas taludes (muros inclinados), sob o viaduto.