Osmar Terra projeta aumento de vagas conveniadas entre o governo federal e comunidade terapêuticas

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, anunciou na manhã deste sábado a meta de ampliar o número de vagas conveniadas entre o governo federal com as comunidades terapêuticas que tratam da dependência de drogas em todo o país. “Tínhamos 2 mil vagas contratadas quando assumimos no início do ano. Passamos para 11 mil e agora em março do próximo vamos chegar a 20 mil. Vamos quase dobrar a oferta por que a epidemia é grande, a demanda é muito grande...Tem muita gente ainda sem atendimento adequado”, afirmou.

Ele esteve presente na inauguração da Comunidade Terapêutica Pacto Adolescente, no bairro Partenon, em Porto Alegre. O serviço conveniado com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) terá 12 vagas para atender meninos de 12 a 17 anos, em tratamento para o uso de drogas, por um período de até nove meses em regime de internação.

O atendimento dos adolescentes, todos voluntários, começa na próxima segunda-feira. “O Ministério da Cidadania está decidido a apoiar integralmente a luta contra as drogas e apoia as comunidades terapêuticas”, enfatizou. “É muito importante aumentar o número de vagas disponíveis”, acrescentou.

Classificando a questão das drogas como “tragédia”, Osmar Terra explicou que, em uma comunidade terapêutica, o primeiro momento é a desintoxicação. “A partir dali é importante um período de abstinência assistida”, disse. “Estamos fazendo um trabalho para apoiar as comunidades terapêuticas como nunca havia sido feito. Elas surgiram por necessidade da sociedade. A falta de políticas públicas e apoio levou ao surgimento delas. É um trabalho voluntário que muda a vida de milhões. É um esforço que tem de ser de todo mundo”, destacou.

Osmar Terra lembrou que “é nos adolescentes que se forma o maior exército de dependentes químicos”. De acordo com o ministro, cerca de 50% em média dos jovens que usam drogas, pelo menos uma vez por semana, ficam dependentes químicos para o resto da vida.

“Em torno de 8 milhões de dependentes químicos são de drogas ilícitas, sendo metade de maconha. Se liberar, esses 8 milhões vão virar 30 milhões, 40 milhões….Nenhum país que flexibilizou as drogas, melhorou”, alertou. “Temos de trazer de volta a pessoa para vida. Elas estão prisioneiras, escravas de uma doença gravíssima que destrói a sua vida e de sua família, muitas vezes levando à destruição da sociedade”, frisou. “Estamos protegendo os adolescentes que são as maiores vítimas para entrar nas drogas”, resumiu.

Ele defendeu a realização de um plebiscito na população brasileira sobre a liberação ou não das drogas. “É uma possibilidade. A sociedade tem que ser ouvida. Há uma pressão. O lobby pela liberação está poderoso. Estamos dentro de um furacão. É muito dinheiro que está em jogo. Não se iludam com a maconha medicinal”, advertiu.

De acordo com o ministro, a desinformação proposital é por interesse econômico visando a liberação dos entorpecentes. “As pessoas têm que acessar informação. Temos de provar os danos que as drogas causam e enfrentá-los. Estamos lidando com uma droga perigosíssima. A média e longo a maconha danifica o cérebro. Todos os lugares onde foi liberada a droga começaram com a cantilena da maconha medicinal”, salientou. “O problema mais grave é a epidemia das drogas que está junto com a epidemia da violência. Estamos vivendo um momento muito difícil e duro”, complementou. 

A Comunidade Terapêutica Pacto Adolescente está inserida na rede de saúde mental da SMS a partir da contratação da Comunidade Terapêutica Pacto POA-Programa de Auxílio ao Toxicômano. “É mais um passo em avançar, expandir e qualificar a rede de saúde mental. Já temos 15 unidades de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Três novos funcionam nas 24 horas. Qualificamos também os leitos hospitalares”, contabilizou o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer.

Representando a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Sebastião Melo (PMDB) aproveitou o evento para confirmar que no próximo ano será proposta a criação de uma frente parlamentar de combate às drogas.