Papai Noel dos Correios completa 30 anos com mais de seis milhões de pedidos realizados

Palavras escritas à mão em uma folha de ofício expõem sonhos nunca realizados. A advogada Thais Bubmiak lia cada um deles com atenção, mas não conseguia se ater a apenas uma. Escolheu nove. Ela faz parte dos “padrinhos” que, desde esta sexta, podem adotar as cartinhas da campanha Papai Noel dos Correios,  que completa 30 anos em 2019 e segue até o dia 7 de dezembro. Os pedidos são endereçadas so Bom Velhinho por crianças em vulnerabilidade de todo o Rio Grande do Sul. Entre brinquedos, roupas e materiais escolares, eles estão disponíveis em 91 unidades da estatal.

A cerimônia de abertura ocorreu pela manhã, no Espaço Cultural dos Correios do Memorial do RS, Centro de Porto Alegre. Thais participa desde 2005. “Gosto de vir nos primeiros dias. Vejo as cartas que mais ‘me batem’. Minha filha, hoje com 14 anos, sempre me ajuda”, conta a advogada, que vai investir em jogos educativos aos pequenos que pediram. Já a professora Any Lunardi separou 40 cartinhas. “Vou enfeitar a árvore de Natal da minha escola com os pedidos e os colegas e alunos vão adotando”, diz. Um dos pedidos, especial, será presenteado pela própria. “Foi de uma professora de escola carente. Quer uma bola. Eu mesma vou dar essa. É minha”, sorriu.

Em três décadas, mais de seis milhões de cartinhas foram atendidas. Em 2018, 46 mil apadrinhadas. A coordenadora de comunicação dos Correios no RS, Vanilce Fátima Barreto, espera chegar às 50 mil este ano. “São sonhos tirados do papel. O ideal é 100% das cartas sejam adotadas, o que nem sempre acontece. Tomara que todas as crianças que escreveram recebam presentes porque, para muitas delas, será o único neste Natal”, lembra. Os Correios, em parceria com secretarias Estadual e Municipais de Educação, recebeu cartas por meio de instituições cadastradas e escolas públicas. Todas são lidas e registradas pela empresa.

Os pontos de adoção no RS podem ser vistos no site. Em Porto Alegre, o apadrinhamento on-line ocorre até o dia 29 de novembro. Esta modalidade está disponível apenas na Capital porque os presentes precisam ser entregues no Espaço Cultural Correios (térreo do prédio histórico dos Correios na Praça da Alfândega), com acesso pela avenida Sepúlveda). A campanha surgiu da iniciativa de alguns funcionários dos Correios que viam chegar nas unidades pedidos de presente ao Bom Velhinho e nunca seriam atendidos. Por conta própria, eles mesmos enviavam os brinquedos às crianças. Com o tempo, a ação ganhou forma e se tornou um projeto corporativo da empresa.