"Parecia que todo mundo ia morrer", diz moradora desalojada após temporal em Petrópolis, no Rio

"Parecia que todo mundo ia morrer", diz moradora desalojada após temporal em Petrópolis, no Rio

Moradores relataram momentos de terror durante chuva na região serrana, considerada pior do que a que atingiu cidade em 2011

R7

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Moradores de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, relataram os momentos de desespero vividos durante o temporal que atingiu a cidade nesta terça-feira e deixou ao menos 78 mortos.

Uma mulher que se identificou como Sandra contou ao Balanço Geral Tarde que teve sua casa interditada pela Defesa Civil, por ser localizada em uma encosta e com risco de deslizamento. "Moro aqui há 33 anos e nunca vi isso na minha vida. Parecia que todo mundo ia morrer, a gente não sabia para onde correr. Eu carregando uma senhora de 90 anos, minha sogra", disse ela.

A moradora também relatou que, em uma casa vizinha, onde morava uma amiga com parentes, todos morreram, menos um dos filhos. Ela disse ser natural de Minas Gerais e afirmou que pretende deixar a cidade.

Já Alex, também residente de Petrópolis, contou que tem um filho e um irmão ainda soterrados sob os escombros de casas que desabaram. "Foi coisa de segundos. Senti a casa tremendo e, na hora que abri a porta, só vi a nuvem de fumaça. Olhei e não tinha mais nada, já não tinha mais a casa da minha vizinha", contou o morador. Ele relatou o desaparecimento de mais de 50 amigos e familiares na tragédia.

O senhor Antenor também está entre as pessoas que procuram conhecidos que sumiram durante o temporal. Ele, que disse saber de ao menos nove desaparecidos, contou que perdeu as esperanças de encontrar as vítimas com vida. "Nunca tinha visto uma avalanche que nem essa aqui no bairro. Nos outros distritos teve em 2011, mas que nem essa aqui no Alto da Serra foi a primeira vez", falou.

O morador disse, ainda, que se tivesse tentado sair quando as sirenes foram acionadas, teria ficado preso na barreira.

Tragédia em Petrópolis

Fortes chuvas começaram a atingir a cidade no início da noite de terça. Sirenes foram acionadas e o município entrou em estágio de alerta. A Polícia Civil informou às 17h que, entre os 67 mortos confirmados, estavam 22 homens, 37 mulheres e oito crianças.  

Além dos óbitos, as chuvas destruíram casas e deixaram centenas de desalojados. Mais de 400 agentes do município, do Corpo de Bombeiros, Exército, Aeronáutica, polícias Militar, Civil e Rodoviária atuam no suporte aos atendimentos e ações de recuperação dos locais afetados. De acordo com o último informe da Defesa Civil, de 14h, 292 ocorrências haviam sido registradas, sendo 241 deslizamentos. 


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