Parentes e amigos participam de homenagem a militares no Rio

Parentes e amigos participam de homenagem a militares no Rio

Vítimas de incêndio em base da Antártica foram promovidos a segundo-tenente

AE

Mortos em incêndio na Antártica recebem homenagem e honrarias no Rio

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"Meu filho era tudo para mim. Sempre foi o meu herói. Eu só quero ver o corpo dele", disse Nair Santos, a mãe do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, que morreu junto com o suboficial Carlos Alberto Figueiredo tentando combater o incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, no sábado. Cerca de 40 parentes e amigos dos dois militares participaram da cerimônia de homenagens póstumas na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, que teve a presença do vice-presidente Michel Temer, do ministro da Defesa, Celso Amorim, do embaixador do Chile no Brasil, entre outras autoridades.

Os dois corpos foram trazidos ao Rio em um avião-cargueiro Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB), que pousou às 8h55min desta terça. Entre as homenagens post-mortem, os dois foram promovidos ao posto de segundo-tenente, admitidos na Ordem do Mérito da Defesa e as famílias receberam a Medalha Naval de Serviços Distintos.

Os dois caixões foram cobertos por bandeiras do Brasil. Houve execução do Hino Nacional por uma banda da Marinha e disparos de fuzil na homenagem. "A perda é sempre irreparável, mas não será esquecida", discursou Amorim. Temer destacou o "gesto de heroísmo que tiveram" os militares. "Muito mais grave que as perdas materiais, que não foram poucas, foi a perda pessoal", discursou o vice-presidente. A mulher do suboficial Figueiredo, Nilza Costa, lembrou que eles eram casados há 26 anos. "Era um marido muito bom. Foram 26 anos de muita alegria".

Figueiredo nasceu em Vitória da Conquista (BA) e deverá ser enterrado na cidade baiana. Tinha 47 anos e estava na Marinha desde 1982. Já o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, de 45 anos, que nasceu em Salvador e ingressou na Marinha em 1985, morava na Baixada Fluminense, no Rio. Segundo um parente do militar, o enterro vai ocorrer no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na zona norte do Rio, mas até o fim da tarde de hoje não havia uma definição sobre a data.

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal. Os militares que acompanhavam os exames para liberação dos corpos não deram informações para a imprensa. Depois, a Marinha informou que divulgaria nota assim que tivesse uma confirmação sobre o sepultamento dos dois militares. Segundo a Marinha, o estado de saúde do sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio e internado no Hospital Naval Marcílio Dias, é considerado estável, mas não há previsão de alta.

O pesquisador Márcio Tenório, que estava na estação quando houve o incêndio, também participou da cerimônia na Base Aérea. "Não corremos risco. Tudo foi feito com muita tranquilidade e profissionalismo", disse ele. "A perda foi total, mas nada se compara com as vidas. Perto dos dois amigos, isso agora é nada".

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