Passeio ciclístico marca última dia de atividades da Virada Sustentável

Passeio ciclístico marca última dia de atividades da Virada Sustentável

Centenas de ciclistas percorreram 15 quilômetros por algumas das principais vias da cidade, como avenida Mauá, na Pedalada da Virada 2021

Felipe Samuel

publicidade

Um passeio ciclístico pela causa da sustentabilidade, com saída do Parque Farroupilha, marcou neste domingo o último dia de atividades da edição do evento Virada Sustentável. Centenas de ciclistas percorreram 15 quilômetros por algumas das principais vias da cidade, como avenida Mauá, na Pedalada da Virada 2021. Um dos participantes do evento e fundador do PedAlegre, Juarez Pereira, 56, explica que o evento é importante para reunir amantes do ciclismo e destacar a importância de ações de sustentabilidade na cidade.

Centenas de ciclistas se reuniram no espelho d’água do Parque da Redenção, ponto de partida da pedalada. "Tem ciclistas que pedalam com a gente e tem um grande número de ciclistas que pedalam com a gente às terças e quintas, às 20h30. Isso é permanente. Há dez anos fazemos isso, paramos apenas na pandemia respeitando decretos e a vida. Mas agora voltamos com tudo", afirma. Pereira salienta que a bicicleta 'por si só é um meio sustentável' e ressalta que eventos como a Pedalada da Virada permitem interação entre os participantes. "Faz com que as pessoas interajam com a cultura", avalia.

Um grupo de ciclistas da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs). Muitos utilizavam bicicletas do tipo tandem, para que uma pessoa guia (pedaleiro) e uma pessoa com deficiência visual pedalem juntas. Coordenador do Pedal Acergs, Rafael Martins dos Santos, 43, levou a família para o evento: a esposa Mariana e a filha Natália, de um ano e cinco meses. Desde 2018, ele sofre de retinose pigmentar, doença hereditária que afeta a retina, região do fundo do olho que contém células responsáveis pela captura das imagens, os cones e os bastonetes.

Santos explica que tem apenas 15% de visão do olho direito por conta da retinose pigmentar. "É o tipo da doença que é degenerativa. E tenho glaucoma ocular também," observa. No grupo da Acergs, ele encontrou um lugar para conhecer pessoas que também tinham as mesmas dificuldades visuais e como 'a gente podia contornar' isso tudo. "Quando a gente perde a visão, a gente tem a ideia de que vai perder muitas coisas. A gente perde algumas coisas, mas não todas as coisas", afirma.

Com decorrer do tempo, o grupo cresceu e agora são mais de 50 pessoas, entre pedaleiros e guiados. "Estamos há mais de cinco anos tentando fazer ao menos uma atividade por mês. A Pedalada da Virada é legal porque estamos mais ou menos 1 ano e meio sem fazer uma grande concentração num pedal como esse", comemorava, enquanto segurava a bicicleta do tipo tandem com a pequena Natália acomodada na cadeira de bebê e sob olhar da esposa Mariana, que também tem baixa visão. "Estamos juntos nesse projeto. Conseguimos interagir com os amigos. Pessoas que não conhecem a realidade da pessoa com deficiência visual se aproximam", afirma.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895