Pedras contam a história da imigração alemã em Nova Petrópolis

Pedras contam a história da imigração alemã em Nova Petrópolis

Esculturas Parque Pedras do Silêncio registra acontecimentos em grandes estátuas feitas em arenito

Halder Ramos

Peças ficam em espaços temáticos, como o das Profissões

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O Esculturas Parque Pedras do Silêncio, no interior de Nova Petrópolis, conta a história da imigração germânica no Brasil no silêncio das pedras. São 80 esculturas em blocos de arenito representando desde a saída da Europa até a chegada dos alemães ao Rio Grande do Sul.

Conforme o proprietário e idealizador do espaço, Valmor Heckler, o roteiro foi criado por historiadores de Nova Petrópolis. “O roteiro histórico serviu de base para os escultores gaúchos produzirem as peças. O parque foi montado com objetivo de resgatar a história dos imigrantes alemães na região”, afirma Heckler.

Com a pesquisa concluída, os escultores gaúchos Cristóvão Hullen, Rogério Bertoldo e Rodrigo de Azevedo iniciaram a confecção das estátuas em arenito. O tempo entre a concepção do projeto e a inauguração do parque, que ocorreu em novembro de 2014, foi de quatro anos. “Em média, cada escultura leva 30 dias para ser produzida”, conta o proprietário. Para produção das peças, foram utilizadas 300 toneladas de pedras. Cada obra pesa aproximadamente duas toneladas. “São estátuas feitas com um bloco único. Uma tem dois blocos de pedra.”

Heckler conta que uma das obras exigiu atenção especial. É a estátua que representa a chegada de uma família de imigrantes ao Brasil. “Tem cinco metros de altura e pesa 25 toneladas. Foi construída com 20 blocos e utilizou 40 toneladas de pedra bruta. Levou quatro meses até ficar pronta”, revela.

No parque, que fica aberto das 9h30min às 18h, as esculturas são divididas em espaços temáticos. O primeiro é denominado de Saga dos Imigrantes. “Nossa história começa a partir do momento que eles partem da Europa em busca de melhores condições de vida. Famílias deixaram suas casas por conta da miséria e da fome”, diz. No espaço, as esculturas representam as dificuldades dos imigrantes durante as viagens de navio, que duravam aproximadamente cem dias e eram feitas em condições sub-humanas. Muitos ficavam doentes e morriam no deslocamento em alto mar. Depois, os visitantes passam pelo Espaço das Profissões. O passeio segue pelo Espaço dos Pioneiros. Há, ainda, uma estatua que homenageia as mulheres imigrantes. “Elas passaram pelo mesmo sofrimento dos homens, mas não tinham reconhecimento”, afirma. O roteiro pelo parque encerra no Espaço dos Animais, que ainda está em construção. 

Para comemorar os dois anos de fundação, o parque organizou no mês de novembro um festival de esculturas. Quatro artistas representaram suas impressões sobre a imigração germânica no Brasil: Cristóvão Hullen, Lúcio Spier, Adriane Mayer e a alemã Gudrun Schuster. “Cada um fez uma escultura. Gudrun veio da Alemanha especialmente para participar do festival.”

Onde fica

Nova Petrópolis está inserida na Rota RomÂntica - projeto que reúne 14 municípios do Vale dos Sinos até a Serra Gaúcha. A distância da Capital é de 90 quilômetros.

Como chegar

De carro, de Porto Alegre, o caminho mais próximo é pela BR 116. A viagem dura em média 1h45min. O parque fica às margens da ERS 235, a estrada que liga Nova Petrópolis e Gramado, na localidade de Linha Brasil, rua Emilio Dinnebier Dilho, 560. O acesso é feito no km 13 da ERS 235. São 500 metros de rodovia até a estrada do atrativo. O acesso é sinalizado.

De ônibus, de Porto Alegre, são oferecidas opções de horário de segunda a sábado, das 6h30min às 18h, sendo que, na seta-feira, o último ônibus parte às 19h. Aos domingos, a primeira viagem sai às 6h30min e a última às 19h10min. Quatro empresas oferecem linhas para Nova Petrópolis: Citral, Caxiense, Wendling e Planato. O tempo médio é 2h50min.




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