Pelo menos três rolezinhos estão marcados para shoppings do RS

Pelo menos três rolezinhos estão marcados para shoppings do RS

Centro comercial de Pelotas pedirá auxílio da Brigada Militar para garantir segurança

Correio do Povo

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As aglomerações de jovens em shoppings batizadas de “rolezinhos”, que já ficaram populares em São Paulo e Rio de Janeiro, começam a ganhar versões no Rio Grande do Sul. Pelo menos três eventos são convocados no Facebook para encontros populares, dois em Porto Alegre e um em Pelotas. Em São Paulo, a prática gerou confusões, alguns participantes foram agredidos pela polícia e até mesmo alguns shoppings acionaram a Justiça na tentativa de proibí-los.

Em Porto Alegre, estão marcados o Rolezinho Moinhos Shopping (19 de janeiro) e o Rolezinho no Novo Shopping Bourbon da Assis Brasil (31 de janeiro). O primeiro tinha 131 participantes confirmados até as 18h30min desta terça-feira e o segundo, 45 participantes. Em Pelotas, 120 usuários do Facebook confirmaram participação no Rolezinho Shopping Pelotas, que já tinha mais de 1,4 mil convidados.

As administrações dos centros comerciais da Capital foram procuradas pela reportagem, mas ainda não se pronunciaram sobre os eventos. O gerente-geral do Shopping Pelotas, Marcio Porto, afirmou que o local está tomando providências que envolverão a Brigada Militar para garantir segurança. "É importante as pessoas lembrarem que o shopping é um empreendimento privado aberto ao público. É para visitação, tendo suas normas de conduta", enfatizou.

Convocação do funk iniciou encontros no centro do país


A prática começou no final do ano passado, em São Paulo. Os primeiros foram organizados por cantores de funk em resposta à aprovação pela Câmara Municipal de um projeto de lei que proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital paulista. A proposta foi vetada pelo prefeito Fernando Haddad no início deste ano. Os rolezinhos continuaram, no entanto, a serem organizados.

Para o sociólogo João Clemente Neto, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as manifestações em shoppings estão ligadas à carência de locais para lazer e cultura. “Se você for em alguns lugares, mesmo nos bairros da classe média, você não encontra espaço para isso. Se você pegar a cidade de São Paulo, quantos milhões de jovens e adolescentes nós temos? E os espaços para livre manifestação são minúsculos”, ressaltou o professor, que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Para Neto, os jovens optam por se manifestar nos shoppings pela visibilidade dos locais e pela mensagem que eles tentam passar. “Tudo que nós falamos de consumo, que ele quer ver e quer consumir, aparece no shopping. E, ao mesmo tempo, é uma forma de resistência, porque ali é o espaço do consumo. Então, quando você fala ali, é uma forma daquele grupo se reconhecer naquele espaço”, concluiu.

No último domingo, a PM de São Paulo deteve três pessoas na tentativa de conter tumulto no Shopping Metrô Itaquera. De acordo com a Secretaria de Segurança do Estado, uma loja de jogos eletrônicos teve as portas arrombadas e parte da mercadoria roubada por pessoas portando pedaços de madeira. Dois jovens, de 15 e 19 anos, foram detidos com pedaços de pau. No entanto, nada foi encontrado com eles.

Um adolescente de 16 anos foi apreendido, segundo a PM, com um celular roubado no bolso. Ele é suspeito de ser uma das 11 pessoas que agrediram dois irmãos com socos e chutes. O grupo roubou celulares, tênis e bonés das vítimas do lado de fora do shopping.

*Com informações da Agência Brasil
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