Pescadores voltam a bloquear rodovia no Sul do Estado

Pescadores voltam a bloquear rodovia no Sul do Estado

Grupo protesta contra legislação que reduziu tamanho das redes

Carmen Ziebel / Correio do Povo

Protesto ocorre na BR 392, em Rio Grande

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Dezenas de pescadores voltaram a bloquear na manhã desta terça-feira a BR 392 em Rio Grande, no Sul do Estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o tráfego de veículos na rodovia está interrompido em dois pontos: sobre a Ponte dos Franceses e no Km 8, em ambos os sentidos. No primeiro trecho, um caminhão foi atravessado na via e no segundo, uma pilha de pneus impede a passagem. Não há previsão para liberação da estrada.

A alternativa aos motoristas que trafegam no sentido Pelotas-Rio Grande é ingressar no Km 16, próximo ao trevo de acesso à Rio Grande, ou no Km 19, no bairro Carreiros. No sentido contrário, o desvio pode ser feito nos mesmos pontos. O congestionamento chegava a 12 quilômetros, por volta das 8h30min, para quem se dirigia para o Sul do Estado.

Esta é a segunda vez neste mês que pescadores bloqueiam a rodovia em protesto. No dia 8, um grupo interrompeu a estrada para protestar contra a legislação sobre o tamanho das redes de malhas. Conforme uma determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o comprimento máximo da rede de malha é de 2,5 quilômetros. Os trabalhadores alegam que a pesca fica inviabilizada com a utilização de redes com esse comprimento, já que as que costumam utilizar chegam a 25 quilômetros.

Os pescadores reclamam ainda da proibição da pesca de lance de praia – que utiliza caminhão para levar os barcos até o mar e lançar as redes a 500 metros. Não há licenciamento do Ibama para essa prática – típica da região. Os pescadores reivindicam a liberação até que seja elaborado um ordenamento, já que o material de pesca e os barcos têm sido apreendidos em fiscalizações.

O protesto é realizado por pescadores e donos de barco, e tem apoio do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e da Associação dos Comerciantes de Pescado de Rio Grande. Segundo o presidente dessa associação, Paulo Medina, vários setores são afetados, pois se não há pesca, não há produto para as indústrias e o comércio de pescado na região.

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