Pesquisa confirma que mosquitos comuns não transmitem zika vírus
Cientista afirma que trabalho representa direcionamento importante para combate à doença no Brasil
publicidade
Os trabalhos foram coordenados pelo médico veterinário Ricardo Lourenço, do IOC, e envolveram um total de 42 pesquisadores. Em 2015, em uma primeira fase da pesquisa, foram coletados aproximadamente 1,6 mil mosquitos, cerca da metade deles Culex e o restante Aedes aegypti, em quatro bairros da cidade do Rio de Janeiro: Copacabana, Manguinhos, Triagem e Jacarepaguá. Uma pequena parte, só 26 indivíduos, era de Aedes albopictus.
Os mosquitos foram testados e nenhum dos Culex era portador do zika vírus. Em uma segunda fase, foi criada uma colônia de mosquitos no IOC e eles foram expostos, alimentados e contaminados com sangue contendo o vírus. Os insetos foram minuciosamente examinados para detectar se havia o vírus vivo neles, incluindo o estômago, a cabeça e a saliva, mas mesmo assim não foi identificado o causador da zika nos pernilongos.
“Nós examinamos a saliva do mosquito, para ver se o vírus ativo infectante estava ali e não encontramos nenhuma vez o vírus. Isto nos convenceu de que esse mosquito não é capaz de transmitir o zika. Já os Aedes aegypti se infectavam de 80% a 100% das vezes, com uma quantidade de saliva com muitos vírus”, disse Ricardo Lourenço.
O cientista afirmou que o trabalho, que descarta a transmissão do zika vírus pelo pernilongo comum, representa um direcionamento importante para as políticas públicas de combate à doença, pois evitará desperdício de recursos financeiros e esforços de saúde no combate a esse inseto em particular.