Pesquisa da UFPel estima que RS tenha cerca de 24,8 mil casos de Covid-19

Pesquisa da UFPel estima que RS tenha cerca de 24,8 mil casos de Covid-19

Na terceira etapa, foram feitos 4,5 mil testes rápidos, onde foram descobertos 10 positivos

Correio do Povo

Dos dez testes positivos, quatro foram em Passo Fundo

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A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) divulgou, nesta quarta-feira, o resultado da terceira etapa da pesquisa de prevalência do novo coronavírus no Rio Grande do Sul. Segundo os dados, o Estado teria atualmente 24.860 casos de Covid-19. Para a análise, foram feitos 4,5 mil testes rápidos entre sábado e segunda-feira, onde foram descobertos dez novos casos positivos. 

De acordo com o reitor da UFPel, Pedro Hallal, o avanço da propagação do vírus no Estado é aritmética e não geométrica. Para cada caso notificado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), há cerca de dez casos não notificados, concluiu o levantamento. 

Dos dez testes positivos, quatro foram em Passo Fundo, cidade onde há o maior número de mortes já computadas até o momento, desde o início da pandemia. Nesta quarta-feira, o município soma 20 óbitos e 277 diagnósticos positivos da doença, segundo Secretaria Estadual da Saúde. Os demais testes positivos ocorreram nas cidades de Ijuí (2), Pelotas (1), Santa Cruz do Sul (1), Caxias (1) e Porto Alegre (1). 

Todos os familiares contatantes das pessoas com testes positivos também realizaram o exame rápido junto aos pesquisadores. Dos 38 familiares testados na terceira fase da pesquisa, 1/3 deles também tiveram apresentaram a doença, apresentando uma "probabilidade relativamente alta" de contaminação doméstica. 

Pesquisa buscou sintomas

Conforme as três fases da pesquisa, das 18 pessoas que tiveram testes positivos à doença, o sintoma mais relatado foi dor de garganta (22%), seguido de tosse (17%), alterações no ofalto e paladar (17%) e diarreia (17%). Dificuldades para respirar e febre, sintomas identificados em casos avançados da doença, foram reportados por 11% e 6% dos entrevistados, respectivamente. O levantamento dos sintomas, segundo avaliação do reitor Pedro Hallal, confirma a teoria de que "há um percentual grande de pessoas que não vão procurar o serviço de Saúde”.

Na avaliação geral da pesquisa, o reitor da Universidade considera que o resultado é otimista e recomenda a manutenção das medidas de enfrentamento ao vírus já adotadas pelo Estado. "A prevalência (do vírus) segue baixa no Estado e a velocidade da doença não está acelerando. A gente recomenda testagem em massa na população e que siga o isolamento cada vez mais às pessoa”, apontou Pedro Hallal. No entanto, ele pediu um "olhar especial" para Passo Fundo: "A probabilidade de quatro a cada dez casos na mesma cidade ocorra por acaso é de 2%".

Esta foi a terceira etapa da pesquisa coordenada pela UFPel, que teria inicialmente quatro fases, mas terá outras duas extras em junho. Esta etapa testou 4,5 mil moradores dos mesmos municípios das rodadas anteriores: Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana. O conjunto de nove municípios representa 31% da população total do Estado.

Passo Fundo

Os resultados da terceira fase da pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas mostraram que as medidas de controle epidemiológico devem ser intensificadas em Passo Fundo, município da região do Planalto com pouco mais de 203 mil habitantes. Com atualmente 20 mortes pela Covid-19, a cidade registrou quatro dos dez casos positivos identificados pelos pesquisadores.

A informação não surprendeu o governador Eduardo Leite, que em entrevistas anteriores já havia afirmado que as ações de enfrentamento ao vírus possuíam um foco mais específico em Passo Fundo e que as subnotificações são concretas. Entretanto, ele considerou o diagnóstico uma "segurança para a tomada de decisões" na cidade, que hoje possui bandeira laranja – considerada de médio risco.

O chefe do Executivo estadual acredita que os resultados serão complementares aos critérios usados na avaliação das bandeiras (testagem de casos e ocupação de leitos de UTI). "Não vamos mudar as regras no meio do jogo”, afirmou Leite, ao dizer que só haverá exceção, para a mudança dos critérios de leitura das bandeiras, em casos de surtos e outros cenários extraordinários.

A secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, minimizou a preocupação ao apontar a ampliação de leitos durante a pandemia na região de Passo Fundo. "Ao mesmo tempo que há essa sinalização de quatro casos, o governo do Estado também está participando pra adotar a estrutura necessária para o atendimento a população”, ressaltou durante a videoconferência de apresentação da pesquisa. 


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