Pesquisa mapeia Aids no Estado
Porto Alegre tem coeficiente de morte pela doença quatro vezes superior ao da média nacional
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A pesquisa, liderada pelo epidemiologista da Ufrgs e do Hospital de Clínicas, Ricardo Kuchenbecker, objetiva descobrir o motivo das internações e das mortes pela doença. Os primeiros resultados devem estar disponíveis no final do ano.O epidemiologista explica que, com os recursos medicamentosos, a possibilidade de morte deveria ser reduzida para somente os que tentaram vários tratamentos que não funcionaram.
Apesar de ter coeficiente de mortalidade maior que a média nacional, de 28,52 óbitos para cada 100 mil habitantes, Porto Alegre apresenta uma tendência significativa de queda nos últimos dez anos, segundo o último Boletim Epidemiológico. O RS, em 2013, contabilizou 11,2 óbitos para cada 100 mil habitantes, o dobro do observado para o Brasil no mesmo ano.
A Capital também possui a maior taxa de detecção. Foram 20,3 casos para cada 1 mil nascidos vivos em 2013, conforme o Boletim. O índice é oito vezes maior do que a média nacional e o dobro da taxa do RS. Apesar de o estudo não estar concluído, já é possível afirmar que as complicações ocorrem por falta de informação e acompanhamento, e a consequência é o aumento do risco de transmissão. “Uma pessoa que usa o retroviral corretamente diminui a quantidade de vírus, que fica virtualmente em zero após seis meses de tratamento”, observa.
O coordenador da área técnica de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Gerson Winkler, destaca que o tratamento é uma forma de prevenção: quanto antes começa, mais rápido é cortada a cadeia de transmissão.
A pesquisa pode auxiliar a descobrir por que Porto Alegre possui o maior índice (7,4) da doença. Os fatores são diversos, diz Kuchenbecker, mas é possível minimizá-los. O Ministério da Saúde ampliou o atendimento com antirretrovirais. Qualquer pessoa diagnosticada pode iniciar o uso do coquetel. O procedimento reduz a mortalidade.