Pesquisa recupera documentos do Dops que foram queimados durante a ditadura
Arquivos mostram relação de alunos e professores da USP com a perseguição militar
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A USP foi atingida desde 1964 com o afastamento de professores como os sociólogos Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes, o físico Mário Schenberg, os arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha, os médicos Luiz Hildebrando Pereira da Silva e Isaías Raw, a historiadora Emília Viotti da Costa e Caio Prado Junior e o filósofo José Arthur Gianotti.
Entre os documentos achados há listas de professores "ideologicamente suspeitos" cuja contratação foi vetada por reitores. Esse foi o caso dos arquitetos Ricardo Ohtake - ato do reitor Orlando Marques de Paiva - e do arquiteto Décio Tozzi, barrado por dois reitores - Miguel Reale, em 1972, e Salim Simão, em 1977.
"Isso destruiu minha carreira acadêmica", contou Tozzi, que projetou o parque Villa Lobos e se tornou professor da USP em 1982. O jurista Miguel Reale Junior diz que seu pai evitou perseguições maiores na USP quando foi reitor.