Pesquisadores encontram fóssil de 240 milhões de anos no RS

Pesquisadores encontram fóssil de 240 milhões de anos no RS

Achado estava localizado as margens de um açude em uma propriedade particular

Renato Oliveira

Espécime encontrado pertence ao grupo dos cinodontes

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No início do mês de novembro uma equipe composta por pesquisadores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) realizaram de forma conjunta a descoberta de um fóssil de 240 milhões de anos (Período Triássico Médio). O achado ocorreu no município de Dona Francisca, região Central do Estado, conhecido como Quarta Colônia Italiana. O fóssil estava localizado às margens de um açude em uma propriedade particular.

O espécime encontrado pertence ao grupo dos cinodontes, que têm como representante atual os mamíferos. A espécie é conhecida por sua semelhança anatômica com os cães, e apresentavam tamanho médio de aproximadamente 50 centímetros.

O fóssil será coletado e encaminhado para o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da UFSM (CAPPA/UFSM) em São João do Polêsine, onde será submetido à fase de preparação, que consiste na remoção do sedimento que envolve os elementos ósseos. Depois de devidamente preparado, o espécime poderá ser estudado em detalhes. A coleta conta com o apoio da Prefeitura de Dona Francisca.

A importância da descoberta

Em 2009, no mesmo local uma equipe do laboratório de Paleontologia da Ulbra, descobriu um crânio atribuído a um gênero de cinodonte africano, chamado Luangwa. Nenhuma estrutura do restante do animal foi encontrada. O novo achado possui um crânio fragmentado e muitas estruturas ósseas do restante do esqueleto, como por exemplo, escápulas, úmeros, fêmures, vértebras e outros elementos que ainda não foram identificados.

A existência do crânio vai permitir comparações com o espécime coletado em 2009. Se ambos forem da mesma espécie, isso vai aumentar substancialmente as informações anatômicas. Além disso, a ocorrência de um gênero africano em rochas do Rio Grande do Sul corrobora com a teoria que defende a existência da união de todas as massas continentais em um único supercontinente, conhecido como Pangeia.

A equipe responsável pela descoberta é composta pelos pesquisadores Sérgio Dias da Silva, Lúcio Roberto da Silva, Rodrigo Temp Müller e Jean Fernando Nunes.



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