Pessoas não devem escolher entre uma vacina e outra, destacam especialistas

Pessoas não devem escolher entre uma vacina e outra, destacam especialistas

Pesquisadores participaram de uma live promovida pelo Hospital Moinhos de Vento

Christian Bueller

RS vacinou quase 22% de sua população com a primeira dose da vacina contra a Covid-19

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A população pode – e deve – aplicar as vacinas que estão à disposição no Brasil, sejam elas quaisquer, todas são confiáveis. Esta foi uma das afirmações retiradas da live Grand Round, promovida pelo Hospital Moinhos de Vento. A palestra teve a pesquisadora e integrante do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, Cristina Beatriz Cazabuena Bonorino, e o coordenador do Instituto de Pesquisa Moinhos, Paulo Pitrez.

Com o tema “O que você precisa saber sobre as vacinas para a Covid-19”, o evento online abordou o que tem se pesquisado sobre o tema no Brasil. “É uma doença muito mais complexa do que respiratória, ataca não só pulmões, mas também cérebro, coração, nervos. Os vírus têm vários mecanismos para inibir as respostas dos nossos anticorpos naturais. As vacinas são desenhadas para induzir estas respostas. Então, a imunidade da vacina sempre será diferente da imunidade natural”, explicou Cristina.

A especialista falou sobre a importância da segunda dose do imunizante. “Ela estimula que sejam gerados mais anticorpos e uma população maior do que chamamos de células de memória”.

Ciência 

A pesquisadora reiterou que a Ciência ainda está aprendendo qual a melhor resposta ao novo coronavírus. “Sabemos que as vacinas podem fazer. Não podemos descartar nenhuma delas. O problema é o gargalo na produção e distribuição. Qual a melhor? A que me derem”, afirmou Cristina.

Segundo ela, as empresas fornecedoras terão que readequar suas logísticas e, no futuro, com a diminuição de mortes com a pandemia, os países poderão identificar a vacina que melhor suprirá o problema. Ela orientou que as pessoas tomem doses do mesmo fornecedor em caso de segunda dose. “As pessoas que tomarem vacinas diferentes não são consideradas imunizadas, deverão reiniciar o esquema vacinal”, lembrou.

Efeitos colaterais são comuns 

Dores de cabeça e no corpo e febre são efeitos colaterais comuns e que não devem preocupar a população, segundo a especialista. “Já nos problemas, chamados efeitos adversos, como trombose, não há nenhuma evidência de ter relação com as vacinas. Está errado publicizar um fato como este e suspender a vacina por causa disso”, enfatizou.

Cristina ainda desmistificou a ideia de que crianças não pegam Covid-19. “Elas têm alta carga viral, tanto quanto um paciente severo. Mas não desenvolvem sintomas, acabam sendo pouco testadas. Um estudo da Fiocruz diz que as crianças, em casa, são contaminadas pelos pais. Podem, sim, evoluir para uma doença grave”, alerta.

O Rio Grande do Sul vacinou quase 22% de sua população com a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 9% também receberam a segunda. A comunidade científica estima que com cerca de 70% das pessoas imunizadas, seria possível cogitar uma relativa normalização de todas as atividades.


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