Polícia Civil não indicia ninguém por queda de ponte em Agudo
Trabalho aponta que acidente ocorrido em janeiro foi provocado pelo excesso de chuva
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A polícia tomou como base laudos do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer) de perícias realizadas no local, que segundo o delegado, estavam em dia. Machado afirmou que, em 2004, a vistoria sugeriu reforço nas cabeceiras da ponte, o que foi realizado no mesmo ano. A mais recente visita dos técnicos foi em 2009, sem nenhum problema estrutural constatado.
Já o Ministério Público do Estado (MP) segue investigação paralela para chegar aos motivos que levaram a ponte a ruir, depois de uma cheia no rio Jacuí. O trabalho precisa ser complementado com as perícias da Divisão de Assessoramento Técnico do MP, prometidas para janeiro de 2011, segundo a promotora de Agudo. Daniela Raiser disse que o procedimento investigativo vai ser anexado ao trabalho da Polícia Civil.
O promotor que iniciou a investigação disse serem fortes os indícios de que a destruição da mata ao lado do Jacuí tenha contribuído para a tragédia. Sandro Marones explicou que a lei exige que haja 150 metros sem desmatamento em cada uma das margens do rio, mas em alguns pontos as lavouras encostam nas águas.
Segundo o promotor, locais de contenção natural de água, como sangas e banhados, foram destruídos pelo homem e a retirada da vegetação provoca acúmulo de terra no fundo do rio. Com esses fatores, a água da chuva não tem outro lugar para correr, sobrecarregando o leito - o que pode explicar a queda da ponte. "Quem construiu a ponte naquela época tinha outras condições", salientou.