Polícia Civil não indicia ninguém por queda de ponte em Agudo

Polícia Civil não indicia ninguém por queda de ponte em Agudo

Trabalho aponta que acidente ocorrido em janeiro foi provocado pelo excesso de chuva

Renata Colombo / Rádio Guaíba

Polícia Civil não indicia ninguém por queda de ponte em Agudo

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O delegado responsável pelo inquérito sobre a queda da ponte entre Agudo e Restinga Seca, na região Central do Estado, Eduardo Flores Machado, concluiu que o acidente foi provocado pelo excesso de chuva. No inquérito, finalizado nesta quinta-feira, ninguém foi indiciado. O delegado afirmou que a enchente do rio Jacuí no período em que a ponte cedeu foi a maior das últimas quatro décadas. O inquérito segue para o Judiciário na segunda-feira. O acidente aconteceu no dia 5 janeiro, quando cinco pessoas morreram. A nova ponte foi inaugurada este mês.

A polícia tomou como base laudos do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer) de perícias realizadas no local, que segundo o delegado, estavam em dia. Machado afirmou que, em 2004, a vistoria sugeriu reforço nas cabeceiras da ponte, o que foi realizado no mesmo ano. A mais recente visita dos técnicos foi em 2009, sem nenhum problema estrutural constatado.

Já o Ministério Público do Estado (MP) segue investigação paralela para chegar aos motivos que levaram a ponte a ruir, depois de uma cheia no rio Jacuí. O trabalho precisa ser complementado com as perícias da Divisão de Assessoramento Técnico do MP, prometidas para janeiro de 2011, segundo a promotora de Agudo. Daniela Raiser disse que o procedimento investigativo vai ser anexado ao trabalho da Polícia Civil. 

O promotor que iniciou a investigação disse serem fortes os indícios de que a destruição da mata ao lado do Jacuí tenha contribuído para a tragédia. Sandro Marones explicou que a lei exige que haja 150 metros sem desmatamento em cada uma das margens do rio, mas em alguns pontos as lavouras encostam nas águas.

Segundo o promotor, locais de contenção natural de água, como sangas e banhados, foram destruídos pelo homem e a retirada da vegetação provoca acúmulo de terra no fundo do rio. Com esses fatores, a água da chuva não tem outro lugar para correr, sobrecarregando o leito - o que pode explicar a queda da ponte. "Quem construiu a ponte naquela época tinha outras condições", salientou.

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