Policiais rodoviários federais avaliam rejeitar reajuste de 15,8%

Policiais rodoviários federais avaliam rejeitar reajuste de 15,8%

Impasse entre governo e servidores segue até a última hora de decisões, marcada para esta terça

Agência Brasil

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Os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pensam em não fechar acordo com o governo sobre o reajuste de 15,8% do salário. A indicação foi do presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Pedro Cavalcanti. “Estamos mais dispostos a recusar. Esse reajuste oferecido não atende às necessidades da categoria”, resumiu.

Mesmo com a mesa de negociações encerrada, os representantes da entidade tentaram uma contraproposta do governo, além do reajuste de 15,8%, fatiado em três anos, até 2015. “Queríamos uma proposta diferenciada, com a definição da carreira como nível superior, em vez de ser tratada como de nível intermediário”, explicou. A categoria foi recebida pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O percentual de aumento oferecido aos policiais rodoviários foi igual ao proposto às demais categorias de servidores, contudo.

Com o prazo de assinatura de acordo se esgotando, os líderes da PRF reúnem-se ainda hoje com a base para decidir sobre a proposta do governo. “Não gostamos da determinação de não negociação pelos próximos três anos. Se a economia crescer, gostaríamos de retomar as negociações”, disse Cavalcanti. Ele ressaltou que, mesmo se a categoria votar pela rejeição do acordo, a paralisação dos servidores, que atinge pelo menos 12 estados e 70% dos trabalhadores, deve acabar.

Os policiais rodoviários federais pedem reajuste salarial, exigência de nível superior para exercer o cargo, adicional noturno e de insalubridade e reestruturação da carreira. Segundo o sindicato, há 9 mil policiais rodoviários federais trabalhando no país, efetivo que é considerado insuficiente para atender à demanda da segurança nacional.

Nas demais categorias, o impasse entre governo federal e servidores deve continuar até esta terça-feira. Os trabalhadores ligados à Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), que representa a maioria dos servidores do Executivo, fazem reunião a partir das 9h para decidir entre aceitar ou rejeitar a oferta do Executivo. O governo encerrou as negociações ainda no domingo.

A base da Condsef se reuniu com o Ministério do Planejamento no sábado, sem avanços. O prazo máximo concedido pelo órgão para assinatura de acordos vence também nesta terça. As categorias que não aceitarem a oferta do governo ficarão sem aumento em 2013.

Para o governo, as negociações com a área da educação, foram resolvidas, ainda que apenas a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes), que representa uma minoria dos docentes federais, tenha aceito a proposta prevendo reajustes de 20% a 45%. A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), representante dos técnicos administrativos universitários, também aceitou 15,8% em três vezes, e os servidores voltaram ao trabalho, nesta segunda-feira.

Nas últimas horas, os representantes dos servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) decidiram aceitar o mesmo reajuste, ratificando o fim das negociações. A categoria, em greve desde o dia 6 de agosto, pedia, além de melhorias salariais, a valorização do servidor público e da carreira. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Paulo Garrido, mesmo com o aumento inferior aos 22,08% reivindicados, a negociação foi bem sucedida.


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